Na sexta-feira (25), a Agência Internacional de Energia Atômica Agência Nuclear (AIEA) exigiu uma resposta imediata do Irã sobre a extensão de um acordo de monitoramento que expirou durante a noite.
Em resposta, o embaixador do Irã na AIEA, Kazem Gharibabadi, disse que Teerã não tinha nenhuma obrigação em fornecer explicações, segundo a Reuters.
"É necessária uma resposta imediata do Irã a esse respeito", disse a AIEA em um comunicado visto pela mídia.
O pedido de resposta da AIEA veio através de um relatório escrito pelo diretor-geral da agência, Rafael Grossi, para entender a posição do Irã em relação à possível coleta, registro e retenção contínua de dados.
Segundo a mídia, para os EUA, o Irã tem que envolver a AIEA sem mais demora nas inspeções das usinas nucleares iranianas, e se não o fizer, contradiria o desejo declarado do país persa de retornar ao acordo nuclear.
"O Irã deve envolver a AIEA sem demora para garantir que as medidas apropriadas permaneçam em vigor e para que a continuidade do conhecimento da AIEA sobre o monitoramento do acordo nuclear possa ser prontamente restabelecida", disse um funcionário dos EUA citado pela mídia sob condição de anonimato.
Negociações em Viena
Em abril desse ano, começaram as negociações em Viena, na Áustria, para o retorno do Irã e dos EUA ao acordo nuclear, porém, segundo a mídia, os trâmites estão em uma pausa que deve durar até o início de julho. No entanto, o fracasso de estabelecer uma comunicação entre o Irã e a AIEA pode enfraquecer essas negociações.
"Com relação à AIEA, esta continua sendo uma preocupação séria. A preocupação foi comunicada ao Irã e precisa ser resolvida", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, antes de Grossi atualizar o conselho sobre a resposta negativa de Teerã.
Os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês), sob o governo do ex-presidente, Donald Trump, em 2018, e impuseram severas sanções ao país persa, levando o Irã a responder violando muitas das restrições contidas no acordo em suas usinas nucleares.