Ao mesmo tempo, a virologista não descartou a teoria de que o SARS-CoV-2 alegadamente teria vazado de laboratório em Wuhan.
"Eu não sou tão ingênua para dizer que descarto totalmente essa versão", admitiu Anderson.
A entrevistada está segura de que se o vírus foi criado e liberado do laboratório, isso nunca poderia ser intencional por parte dos funcionários ou outras pessoas. Ela admitiu um cenário em que um cientista poderia acidentalmente ter ficado infectado durante o trabalho e depois ter infectado outras pessoas, mas ela avaliou essa probabilidade como extremamente pequena, escreve a agência.
Além disso, Anderson não ficou surpreendida por os pesquisadores ainda não terem conseguido encontrar a fonte exata de transmissão do vírus, já que previamente a identificação do portador natural da pneumonia atípica levou cerca de uma década.
De acordo com Bloomberg, a virologista entende como o patógeno pode escapar de um laboratório: o SARS-CoV-1, que levou a um surto grave de síndrome respiratória aguda na Ásia em 2002-2004 e matou mais de 700 pessoas, encontrou seu caminho para fora de instalações protegidas por várias vezes.
Se forem apresentadas provas de que tal acidente gerou o surto do novo coronavírus, Anderson "poderia prever como as coisas possam talvez ter acontecido", disse ela citada pela agência.
Ultimamente surgiram publicações em mídias e declarações de países ocidentais sobre a possível origem do novo coronavírus em laboratório. A Casa Branca divulgou um comunicado onde não descartou tal possibilidade.
Os serviços secretos norte-americanos veem duas versões possíveis: a transmissão de um animal ao ser humano e o vazamento de laboratório. O jornal Times, citando fontes, informou que a inteligência britânica agora considera "possível" a última versão. Ao comentar essas publicações, Pequim diz que são os cientistas que devem determinar a origem do vírus e não os serviços de inteligência.