A Alemanha concluiu nesta terça-feira (29) a retirada de suas tropas do Afeganistão depois de quase duas décadas, encerrando a missão militar mais mortal da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.
"Nossas últimas tropas deixaram o Afeganistão esta noite [29 de junho] depois de quase 20 anos e estão voltando para casa […]. Este é o fim de um capítulo histórico, de uma missão intensiva que testou Bundeswehr [Exército alemão] e na qual Bundeswehr se provou em combate", afirmou a ministra da Defesa da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, em um comunicado citado pela agência Reuters.
As últimas tropas alemãs foram transportadas de avião para fora de sua base em Mazar-i-Sharif, no norte do Afeganistão, em dois aviões A400M alemães e dois C-17 dos EUA. De acordo com o Ministério da Defesa alemão, 59 soldados alemães foram mortos desde 2001 durante seu serviço no Afeganistão, 35 deles mortos em combate ou como resultado de ataques de militantes, tornando-se a missão militar mais mortal da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.
Saída dos EUA do Afeganistão
A Alemanha intensificou sua retirada depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou, em meados de abril, que retiraria os cerca de 10.000 soldados estrangeiros ainda Afeganistão até 11 de setembro.
Nos últimos anos, a Alemanha teve o segundo maior contingente de tropas depois dos EUA no Afeganistão, com cerca de 150.000 soldados destacados nas últimas duas décadas, muitos deles servindo em mais de uma viagem no país.
A intervenção internacional no Afeganistão começou em 7 de outubro de 2001, em resposta aos ataques contra as Torres Gêmeas, Nova York, EUA, em setembro do mesmo ano, que mataram cerca de 3.000 pessoas.
Nessa época, o Talibã (organização proibida na Rússia e diversos países) governava Cabul e dava refúgio a Osama bin Laden e à sua rede Al-Qaeda (organização proibida na Rússia e diversos países), responsáveis pelos ataques em Nova York.