Jornalista: mentiras de testemunha-chave dos EUA contra Assange provam que caso deve ser abandonado

© REUTERS / Henry NichollsStella Morris, sócia de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, junta-se a protesto com seus filhos para marcar o 50º aniversário de Assange na Praça do Parlamento em Londres, Reino Unido, 3 de julho de 2021
Stella Morris, sócia de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, junta-se a protesto com seus filhos para marcar o 50º aniversário de Assange na Praça do Parlamento em Londres, Reino Unido, 3 de julho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 05.07.2021
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Em 26 de junho, Sigurdur Ingi Thordarson, ex-membro do WikiLeaks, mais tarde revelado como informante do FBI, afirmou que Assange não lhe pediu diretamente para hackear dados dos EUA.

O caso dos EUA contra Julian Assange deve ser descartado depois que uma testemunha-chave confessou ter mentido, afirmou no domingo (4) Vaughan Smith, jornalista e amigo do denunciante da Austrália, à emissora RT.

Sigurdur Ingi Thordarson era um voluntário islandês do grupo de denunciantes WikiLeaks que se revelou ser informante do Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) dos EUA.

Quando Smith deu abrigo a Assange pela primeira vez em 2010 no Clube Frontline em Londres, e depois em sua própria casa em Norfolk, ambos no Reino Unido, Thordarson estava junto com eles, disse o jornalista. Isso aconteceu quando Assange estava fugindo de alegações de agressão sexual da Suécia, cuja investigação foi mais tarde abandonada pelos promotores.

Em um artigo publicado no jornal Stundin em 26 de junho, Thordarson disse que havia mentido em seu testemunho, confessando, entre outras coisas, que o fundador do WikiLeaks nunca lhe ordenou diretamente que realizasse qualquer hacking. O fato de ter reconhecido a mentira "não é surpresa", segundo Vaughan Smith, comentando que pessoas próximas à organização sabem há muito tempo que o homem "tinha problemas de comportamento".

Smith referiu que as declarações são "devastadoras" e "minam completamente" as acusações norte-americanas contra Assange. "Basicamente, ele explicou como mentiu para incriminar Julian e para tentar salvar sua própria pele", disse.

Assim, as afirmações dos EUA contra o ativista australiano são "obviamente uma cilada", e que "o melhor caminho para todos é abandonar o caso e seguir em frente. Julian precisa ser deixado em paz. Ele está claramente sofrendo", com "sérios problemas de saúde, que têm piorado, e cada vez pior, e pior".

"Psicologicamente, ele está sob um estresse extraordinário", lembrou, devido ao isolamento e falta de comunicação com o resto do mundo.

O jornalista acrescentou que Thordarson "era conhecido por ter roubado algumas coisas quando ficou em minha casa todo aquele tempo atrás". Em 2012 o WikiLeaks apresentou queixa criminal contra ele por desvio de fundos e fraude financeira. Thordarson acabou sendo condenado por ambos na Islândia.

Washington acusa Assange de realizar espionagem contra os EUA ao publicar documentos confidenciais sobre o Iraque, Afeganistão, prisão de Guantánamo e outros. Se as acusações forem confirmadas, Julian Assange enfrenta até 175 anos de prisão nos EUA.

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