Parte dos supostos perpetradores do assassinato de Jovenel Moïse, presidente do Haiti, foram ex-militares colombianos, afirmaram na sexta-feira (9) as autoridades da Colômbia.
De acordo com uma entrevista coletiva liderada pelos generais Luis Fernando Navarro, Eduardo Enrique Zapateiro e Jorge Luis Vargas Valencia, houve pelo menos dois voos partindo de Bogotá, Colômbia, da empresa Copa Airlines, nos quais militares colombianos aposentados foram mobilizados.
Entre os participantes conhecidos estão os ex-militares Duberney Capador Giraldo e Alejandro Rivera García, que teriam feito parada no Panamá e República Dominicana, antes chegarem em 10 de maio ao Porto Príncipe.
Jorge Luis Vargas Valencia, diretor-geral da Polícia Nacional da Colômbia, disse que as autoridades do Haiti enviaram ao país sul-americano dois pedidos de informação sobre ex-militares do país, cujos dados deveriam ser processados e enviados imediatamente à Interpol. Ele indicou também que os pedidos dizem respeito a 15 pessoas, que teriam sido capturadas no meio dos eventos.
Entre os passageiros do outro voo foram identificados Víctor Alberto Pineda, Manuel Antonio Grosso, Jhon Jairo Ramírez, Jhon Jairo Suarez, Germán Alejandro Rivera García, Maiger Franco Castañeda, Ángel Mario Yarce Sierra, Carlos Giovanny Guerrero, Francisco Eladio Uribe Ochoa e Jhon Jairo Suarez, que saíram no domingo (4) de Bogotá para Punta Cana, República Dominicana, antes de chegar a Porto Príncipe, e que também foram capturados após a operação.
"Com base nos nomes recebidos, o que nos pedem é que expandamos todos os dados disponíveis", acrescentou Vargas.
Além disso, estão sendo investigadas quatro empresas com supostas ligações ao recrutamento dos militares. Elas estavam "ao redor do agrupamento delas para a viagem", como foi dito na coletiva de imprensa.
Implicação das revelações
Com as suspeições recaindo sobre as Forças Armadas da Colômbia, Navarro insistiu que as pessoas referidas já não fazem parte da instituição, apesar de o terem sido no passado.
"Somos categóricos ao afirmar que os cidadãos colombianos ligados a estes eventos não pertencem às forças militares, ao Exército nacional. Eles não estão em serviço ativo", disse. Ele salientou ainda que "não há nenhuma regra que impeça" os ex-militares de se juntarem às forças mercenárias, mas assegurou que a intenção das Forças Armadas da Colômbia é que seus membros "permaneçam na instituição".
Na quinta-feira (8), o governo de Haiti informou que entre os 28 "atacantes" envolvidos no assassinato de Moïse estavam 26 cidadãos da Colômbia, além de dois dos EUA.