O edifício data do período do Segundo Templo da história judaica, que durou entre 530 a.C. e 70 a.C., antes de os romanos destruírem o lugar. Naquela época, Jerusalém era uma cidade em crescimento, cheia de peregrinos e com grande atividade de construção.
"Este é, sem dúvida, um dos edifícios públicos mais magníficos do período do Segundo Templo já descoberto fora das muralhas do Monte do Templo em Jerusalém", afirmou Shlomit Weksler-Bdolach, diretor de escavações da Autoridade de Antiguidades de Israel, ao jornal Jerusalem Post.
A grandiosa estrutura logo será parte do itinerário dos Túneis do Muro das Lamentações, que oferecerá aos visitantes um vislumbre da vida durante aquele período, conforme anunciou a autoridade nesta quinta-feira (8).
Mordejai Soli Eliav, presidente da Fundação do Legado do Muro Ocidental, ressaltou que "os visitantes vão ver descobertas fascinantes e caminharão pela primeira vez ao longo de toda a rota entre os restos do período do Segundo Templo, que ilustram a complexidade da vida judaica em Jerusalém entre os períodos asmoneu e romano".
O edifício contava com duas salas decoradas com colunas e capitéis coríntios, mobiladas com divãs de madeira onde os visitantes podiam descansar, beber e comer. Outra câmara continha uma fonte suntuosa com água corrente. "Os móveis não sobreviveram, mas ainda podemos ver a sua marca nas paredes", detalhou o diretor de escavações.
Uma parte desta construção foi descoberta pela primeira vez no século XIX durante um trabalho realizado pelo arqueólogo britânico Charles Warren, que chegou ao teto de uma das câmeras.
"A estrutura estava completamente cheia de terra, mas, só de ver as partes mais altas das paredes, ele entendeu que era um edifício proeminente", comentou Weksler-Bdolach.