A batalha do Iraque contra a "ocupação" dos EUA não terminará até que todas as forças estrangeiras não convidadas estejam fora do país, declarou Abu Ali al-Askari, comandante sênior das brigadas do grupo paramilitar Kata'ib Hezbollah.
"A resistência, em todas as suas formas, é um direito inerente do povo iraquiano", escreveu al-Askari em suas páginas do Telegram e do Twitter.
"Quem quer que defenda as forças de ocupação e os assassinos do povo iraquiano é um criminoso traidor", acrescentou o comandante.
Al-Askari negou as alegações de envolvimento do Kata'ib Hezbollah nos ataques às instalações diplomáticas dos EUA, incluindo o complexo da Zona Verde em Bagdá, Iraque, sugerindo que a política de evitar ataques à "embaixada do mal" era a posição "de princípio" do grupo.
As tensões entre as forças dos EUA e as milícias xiitas iraquianas se intensificaram dramaticamente após o assassinato, em janeiro de 2020, do comandante iraniano Qassem Soleimani, e Abu Mahdi al-Muhandis, líder do Kata'ib Hezbollah e vice-presidente das Unidades de Mobilização Popular (PMU, na sigla em inglês), que reuniu em 2014 a maioria das milícias xiitas para combater o Daesh (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países).
Os assassinatos de Soleimani e Muhandis levaram o parlamento do Iraque a aprovar uma resolução não-vinculativa exigindo a expulsão completa das tropas estrangeiras, e levaram a uma grande escalada de ataques com foguetes contra as forças dos EUA em todo o país, obrigando Washington a retirar vários milhares de tropas do Iraque em meio às tensões que se instalaram.
Ao mesmo tempo, Washington tem culpado o grupo como responsável por ataques aos militares dos EUA. O Kata'ib Hezbollah, por sua vez, tem negado participação de alguns dos ataques, e acusa o país norte-americano de conduzir ataques em bandeira falsa.