Nesta segunda-feira (12), ao conversar com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada, o presidente, Jair Bolsonaro, questionou as recentes pesquisas produzidas pelo Instituto Datafolha, dizendo que as mesmas "recebem dinheiro para adulterar os resultados", segundo a revista IstoÉ.
"Datafolha recebeu pouca grana dessa vez. Disse que no segundo turno o Lula tem só 60%, então tem que colocar mais um dinheirinho no Datafolha para passar para 70%, 80%. Quem sabe, se a gente confiar no Datafolha, nem vai votar. Já está eleito mesmo", disse o presidente citado pela mídia.
Conforme noticiado no dia 9 de junho, na última pesquisa realizada pelo instituto, o ex-presidente Lula passou de 21% para 26% na intenção de votos, enquanto Bolsonaro foi de 17% para 19%. Em simulações de segundo turno, o presidente também perderia para Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).
Em nova pesquisa divulgada ontem (11), 54% dos brasileiros apoiam a abertura do processo de impeachment contra o presidente.
Ainda segundo a mídia, na mesma conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a questionar a segurança das eleições.
"Vamos fazer de tudo para que nós tenhamos eleições limpas e transparentes, para o bem do Brasil, porque se não for assim, é sinal de que já está escolhido quem vai nos comandar, e as pessoas que chegam na fraude não têm compromisso com vocês", afirmou o presidente.
Anteriormente, Bolsonaro declarou, sem provas, que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) participaria de fraudes e que, por esse fato, "corremos o risco de não termos eleições no ano que vem".
As constantes declarações do presidente ameaçando o sistema eleitoral brasileiro fazem parte de uma série de pressões para a volta do voto impresso, tema que está em pauta no Congresso.
Entretanto hoje (12), o vice-presidente, Hamilton Mourão, confirmou que as eleições presidenciais serão realizadas "mesmo que não seja aprovada a proposta do voto impresso auditável".