O ex-presidente dos EUA George W. Bush criticou a decisão da Casa Branca em retirar suas forças do solo afegão, argumentando que se Washington e seus aliados da OTAN o fizerem, estarão deixando o destino do povo afegão nas mãos do Talibã.
"As mulheres e meninas afegãs vão sofrer um mal indescritível. Isto é um erro [...] Elas serão simplesmente abandonadas para serem massacradas por estas pessoas muito violentas, e isso me parte o coração", comentou Bush em uma entrevista à Deutsche Welle.
O antigo presidente acredita que também a chanceler alemã, Angela Merkel, que em breve deixará seu cargo, "se sente do mesmo jeito" sobre a retirada das forças do Afeganistão.
George W. Bush iniciou a guerra no Afeganistão em 2001, após o ataque às Torres Gêmeas em Nova York em 11 de setembro desse ano. Também conhecida como Guerra ao Terror, seu principal objetivo era a erradicação da al-Qaeda (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países) do país, passando o alvo da missão, mais tarde, a ser o Talibã e, consequentemente, o auxílio à nação a reconstruir seu país.
Quase duas décadas mais tarde, os EUA e as forças da OTAN começaram a se retirar do Afeganistão, depois que o ex-presidente Donald Trump negociou o processo de retirada com o grupo no ano passado.
Por sua vez, o presidente norte-americano atual, Joe Biden, prometeu manter essa promessa, mesmo que tenha alterado a data inicial da retirada completa das forças estadunidenses de solo afegão. Biden defende esta medida, afirmando que a guerra no Afeganistão não foi iniciada para ajudar Cabul na construção da nação e que o próprio povo afegão deveria traçar seu futuro.