O plano foi aprovado pelo Comitê de Apropriações da Câmara dos Estados Unidos (HAC, na sigla em inglês) em uma votação partidária de 33-23, anulando as objeções dos republicanos de que o aumento de 1,4% do programa era muito pequeno.
No entanto, os democratas disseram que desaprovavam o grande projeto de lei de gastos e apenas o apresentavam para submetê-lo a um debate mais amplo em toda a Câmara.
O projeto de lei de dotações é um dos dois projetos de lei que compõem a Lei de Autorização da Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês).
"Nós simplesmente gastamos muito com o que é definido como defesa tradicional, e muitos de nós no país e no Congresso gostaríamos de redefinir a Defesa. O que está realmente na defesa deste país? Não está em empreiteiros de defesa, mas em coisas como pandemias e mudanças climáticas e outros itens", disse o deputado Mark Pocan (D-WI), citado pela mídia norte-americana The Hill.
O programa inclui várias emendas importantes adicionadas pelo comitê, incluindo duas encerrando a Autorização para Uso de Força Militar (AUMF, na sigla em inglês) de 2001 e 2002, que o Congresso criou para autorizar as guerras no Afeganistão e no Iraque, bem como operações militares em zonas de guerra não declaradas se fossem contra a Al-Qaeda (grupo terrorista proibido na Rússia e em diversos países) ou forças alinhadas ao grupo terrorista.
O projeto também diz que seus fundos não podem ser usados para operar o centro de detenção da baía de Guantánamo depois de 30 de setembro de 2022, ou para "apoiar ou facilitar operações militares ofensivas conduzidas pela coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os houthis na guerra no Iêmen".
Adicionalmente, o programa também daria a Israel US$ 150 milhões (R$ 760 milhões) para comprar novos sistemas de defesa aérea Cúpula de Ferro, que foram usados para interceptar foguetes disparados de Gaza e do Líbano em maio.
Em termos de construção, o projeto prevê oito novos navios de guerra para Marinha dos Estados Unidos, incluindo dois destróieres da classe Arleigh Burke, uma fragata da classe Constellation, um submarino de mísseis balísticos da classe Columbia, dois submarinos de ataque da classe Virginia e mais fundos para programas associados aos porta-aviões da classe Ford e aos destróieres da classe Zumwalt.
Em relação a armas nucleares, o programa inclui US$ 2,5 bilhões (R$ 12,58 bilhões) para o sistema norte-americano de mísseis balísticos intercontinentais baseados em terra, o Ground-Based Strategic Deterrent (GBSD), que substituirá o míssil balístico intercontinental Minuteman III, e US$ 581 milhões (R$ 2,9 bilhões) para o míssil de cruzeiro de longo alcance LRSO.
Sobre o contingente militar norte-americano, o programa prevê uma força de tropa na ativa de 1,34 milhão de soldados, uma redução de 1.975 em relação a 2020 e um aumento de 2,7% nos salários dos soldados.
Os EUA gastam significativamente mais do que qualquer outra nação com suas Forças Armadas. De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), os EUA foram responsáveis por 39% do total das despesas militares mundiais em 2020, tendo aumentado pelo terceiro ano consecutivo.