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Brasil é o país que mais gasta com fundo eleitoral, diz estudo; Bolsonaro visa vetar nova proposta

© Foto / Agência Brasil / Fabio Rodrigues PozzebomPalácio do Congresso Nacional na Esplanada dos Ministérios em Brasília, 25 de junho de 2021
Palácio do Congresso Nacional na Esplanada dos Ministérios em Brasília, 25 de junho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 18.07.2021
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De acordo com pesquisa feita pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada, Brasil é o país que mais envia dinheiro público para partidos e campanhas políticas. Presidente pretende vetar proposta de R$ 5,7 bilhões para fundo eleitoral em 2022.

Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) reuniu dados de 35 nações entre 2012 e 2020 e apontou que o Brasil é o país que mais envia dinheiro público para partidos e campanhas políticas. Juntas, as siglas brasileiras recebem, em média, US$ 446 milhões por ano (R$ 2,2 bilhões) de fundos eleitorais e partidários, segundo o UOL.

A pesquisa foi concluída ao mesmo tempo em que na quinta-feira (15), o Congresso aprovou fundo eleitoral no valor de R$ 5,7 bilhões no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A cifra bilionária representa um aumento de 185% em relação ao valor que os partidos obtiveram em 2020 para as disputas municipais, o equivalente a R$ 2 bilhões. É, também, mais que o triplo do que foi destinado às eleições de 2018, quando foi distribuído o montante de R$ 1,8 bilhão, de acordo com a mídia.

"Estamos usando recursos públicos em demasia em comparação ao resto do mundo para o dia a dia da política, em vez de estar investindo diretamente em bens públicos. A quantidade de recurso é finita. Quando você usa muito para determinado fim, acaba faltando para outras coisas", disse o autor da pesquisa, Luciano Irineu de Castro, do Impa, citado pela mídia.

Até junho deste ano, os partidos com representação no Congresso receberam R$ 489 milhões do fundo partidário. Quem recebe as maiores parcelas desse fundo são o Partido Social Liberal (PSL) e o Partido dos Trabalhadores (PT). As duas siglas ganharam, respectivamente, R$ 57 milhões e R$ 48,7 milhões no primeiro semestre de 2021, segundo a pesquisa.

No ranking dos países que mais gastam com o sistema partidário, o México vem em segundo lugar, com US$ 307 milhões (R$ 1,5 bilhão), cerca de quatro vezes menos do que o Brasil gastará no ano que vem somente com o fundo eleitoral.

Ao excluir o primeiro colocado, a média da amostra cai para US$ 65,4 milhões (R$ 323 milhões), o equivalente a 14% do que o Estado brasileiro investe na manutenção e organização eleitoral dos partidos.

Possível veto

Entretanto, hoje (18), o presidente Jair Bolsonaro, disse que pode vetar o fundo eleitoral de cerca de R$ 5,7 bilhões para as eleições 2022.

"Eu sigo a minha consciência, sigo a economia e a gente vai buscar um bom sinal para isso tudo aí. Afinal de contas, eu já antecipo, R$ 6 bilhões para fundo eleitoral, para financiamento de campanhas? Pelo amor de Deus", afirmou o presidente citado pela mídia.

Bolsonaro disse que o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), que presidia a sessão no Congresso na quinta-feira (15), "passou por cima" e não pôs em votação um destaque à redação da LDO que alteraria o texto para suprimir a previsão de reajuste do fundo eleitoral.

"Então, em um projeto enorme, alguém botou lá dentro essa casca de banana, essa jabuticaba. O Parlamento descobriu, foi tentando destacar para que a votação fosse nominal. Essa questão, o presidente Marcelo Ramos, do Amazonas, pelo amor de Deus o estado do Amazonas ter um parlamentar como esse", disse Bolsonaro.

Em resposta, o deputado convocou o presidente em um post no Twitter para discutir sobre o fundo eleitoral que seu governo criou e provocou Bolsonaro dizendo que "se quiser, já falamos de sobrepreço de vacinas, rachadinhas e outras maracutaias!".

​Segundo a mídia, o presidente também disse que os parlamentares são acusados injustamente de ter votado a favor do "fundão". Para Bolsonaro, com o valor de R$ 6 bilhões, daria para recapear grande parte da malha rodoviária do país ou concluir as obras que levam água para o Nordeste.

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