O ex-administrador de sistemas da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA, Edward Snowden, afirmou que as revelações que o grupo NSO, através do software Pegasus, espionou milhares de jornalistas, ativistas, empresários e políticos em todo o mundo é "a história do ano".
Stop what you're doing and read this. This leak is going to be the story of the year: (LINK: https://t.co/zhC0LN4TlC) pic.twitter.com/doo4HDDzxt
— Edward Snowden (@Snowden) July 18, 2021
Pare o que você está fazendo e leia isto. Este vazamento vai ser a história do ano
De acordo com uma investigação que envolveu 17 meios de comunicação dos EUA, Reino Unido, França, Alemanha e outros países, o software Pegasus, um malware legal vendido a governos para ser utilizado para investigação de grupos terroristas e crime organizado, foi usado para invadir smartphones que pertenciam a ativistas de direitos humanos e advogados, jornalistas e até dois mulheres que eram próximas do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado no consulado saudita em Istambul em outubro de 2018.
Segundo o jornal The Guardian, no Azerbaijão, vários ativistas aparecem nos dados. Na Índia, consta o nome de Rahul Gandhi, o principal adversário político do primeiro-ministro Narendra Modi.
Enquanto isso, o grupo NSO já descartou as informações veiculadas pelas mídias como "teorias não corroboradas", ao mesmo tempo em que lançou dúvidas sobre a confiabilidade das fontes da investigação.
Brasil e Pegasus
Em maio, uma reportagem do portal UOL afirmou que o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), teria participado de negociações para que a NSO Group participasse de uma licitação do Ministério da Justiça para compra do sistema.
Depois das revelações, a NSO, fabricante do Pegasus, se retirou do pregão do MJ, mas o processo de contratação desse tipo de ferramenta, ao que se sabe, não foi suspenso. Há sérios temores da criação de uma "ABIN paralela". A sociedade brasileira deve estar muito atenta.
— Transparência Internacional - Brasil (@TI_InterBr) July 18, 2021
Segundo a mídia, a iniciativa de Carlos Bolsonaro teria gerado insatisfação em militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Nacional de Inteligência (Abin). Na ocasião, o vereador carioca negou que tivesse articulado qualquer negociação.