As estrelas de nêutrons são uns dos objetos mais densos do Universo: elas podem pesar tanto quanto o Sol mas ter comente cerca dez quilômetros de diâmetro. Estes astros se formam quando uma estrela massiva fica sem combustível e colapsa, com cada próton e eléctron nela formando um nêutron – uma partícula subatômica de carga neutra.
Se a estrela tiver uma massa entre uma e três massas do Sol, ela vai se transformar em uma dessas estrelas densas; se for maior do que isso, continuará a colapsar até eventualmente se transformar em um buraco negro.
A força gravitacional em uma estrela de nêutrons é aproximadamente um bilhão de vezes superior à da Terra, comprimindo tudo na sua superfície até dimensões minúsculas, criando assim uma esfera quase perfeita.
No entanto, na superfície desta esfera existem pequenas saliências, conhecidas como "montanhas".
"Nas últimas duas décadas, tem havido muito interesse em entender quão grandes essas montanhas podem ser antes da crosta da estrela de nêutrons quebrar, impedindo assim a montanha de ser suportada," disse em comunicado Fabian Gittins, estudante de doutorado da Universidade de Southampton que criou um modelo computacional para representar e estudar as estrelas de nêutrons.
As maiores montanhas possíveis neste modelo matemático eram de apenas uma fração de milímetro de altura, o que é cem vezes menor do que era anteriormente estimado.
Os estudos anteriores sugeriam que as estrelas de nêutrons poderiam divergir da sua forma esférica perfeita com uma margem de algumas partes em um milhão, indicando que na sua superfície poderiam surgir montanhas do tamanho de alguns centímetros de altura, mas os novos dados mostram que isto é impossível porque a crosta estaria muito perto de quebrar em cada ponto.
Para os físicos, é importante compreender essas ligeiras deformações já que eles esperam conseguir obter melhor compreensão do nosso Universo.