O comunicado conjunto pelos dois países envia uma mensagem clara de que as duas nações ocidentais não vão tolerar que a Rússia use a energia como uma arma geopolítica, segundo declarou um oficial sênior do Departamento de Estado dos EUA nesta quarta-feira (21).
"Nosso comunicado conjunto envia uma mensagem clara de que os EUA e a Alemanha não vão tolerar que a Rússia use a energia como arma geopolítica na Europa, enquanto aumenta sua agressão contra a Ucrânia", declarou o oficial.
Por sua vez, os oficiais russos vêm reafirmando que o projeto do gasoduto Nord Stream 2 é de natureza puramente comercial, e não política. Na terça-feira (20), o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, comentou sobre a situação do gasoduto em causa, afirmando que Washington está utilizando a Ucrânia como ferramenta para tentar mudar as políticas de Moscou.
Na verdade, também hoje (21) o Kremlin informou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, teriam expressado sua satisfação com o fato do projeto Nord Stream 2 estar quase completo, no decorrer de chamadas telefónicas.
Contudo, parece que nada conseguiu acalmar os receios de vários países, tais como a Ucrânia e a Polônia. Os ministros das Relações Exteriores de ambos os Estados disseram, também esta quarta-feira (21), que a polêmica causada pelo gasoduto Nord Stream 2 gerou novas "ameaças políticas, militares e energéticas" para a Ucrânia e a Europa Central.
Deste modo, a Alemanha acabou concordando em alertar a Rússia sobre possíveis sanções e apoiar financeiramente o setor de energia da Ucrânia, em um acordo com os EUA para a resolução de uma disputa acirrada entre os dois aliados.
No final, Estados Unidos e Alemanha se comprometeram a responder frente à Rússia, caso os receios da Ucrânia se tornem realidade.
"Se a Rússia tentar usar energia como arma ou cometer mais atos agressivos contra a Ucrânia, a Alemanha vai agir a nível nacional e pressionará [Moscou] através de medidas eficazes ao nível europeu, incluindo sanções, para limitar a capacidade de exportação russa para a Europa no setor de energia", declarou Merkel.
De igual modo, Berlim afirmou que tentaria ao máximo persuadir a Rússia a prorrogar por até dez anos um acordo de trânsito de gás pela Ucrânia, que deve expirar no final de 2024, incluindo a nomeação de um enviado especial até o 1º de setembro para apoiar as negociações.
Relativamente à Ucrânia, a Alemanha também se comprometeu em ajudar Kiev a reduzir sua dependência de energia russa, incluindo a criação de um fundo de, pelo menos, US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,2 bilhões). Este fundo terá o objetivo de apoiar a energia renovável e a redução das emissões de carbono no país.
Adicionalmente, em uma demonstração de apoio a Kiev, a Casa Branca anunciou que o presidente estadunidense, Joe Biden, receberá seu homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky, em 30 de agosto.