"Não podemos respirar aqui. Os talibãs não têm piedade de nós", contou Abdulhaq Ayoubi, um dos colaboradores.
"Pedimos gentilmente que o presidente Biden nos salve. Nós o ajudamos e você tem que nos ajudar", acrescentou.
Ele disse que um seu amigo, Sohail Pardis, intérprete que colaborou com o Exército dos EUA, foi decapitado pelos talibãs após ter recebido ameaças de morte provenientes do movimento, já que o Talibã descobriu sua cooperação com os EUA.
Segundo Ayoubi, Pardis queria abandonar o Afeganistão, mas não correspondia aos critérios para obter o visto especial por causa de sua demissão.
Conforme a emissora, cerca de 18 mil afegãos que colaboraram com os militares dos EUA solicitaram visto ao país.
Antes, o porta-voz do Departamento do Estado dos EUA, Ned Price, informou que o governo americano acolherá 2.500 afegãos que trabalharam para o Exército no Afeganistão, na base de Fort Lee, no estado de Virginia, enquanto terminam as formalidades relativas a seus vistos especiais.
Ao mesmo tempo, Washington pediu que o Tajiquistão, Cazaquistão e Uzbequistão recebam temporariamente cerca de 9.000 afegãos.
O The Wall Street Journal, por sua vez, informou que os EUA se preparam para acolher até 35 mil intérpretes afegãos e membros de suas famílias em duas bases americanas no Kuwait e Catar.
O Afeganistão vive uma situação de instabilidade devido aos ataques lançados pelo movimento Talibã e, desde 2015, também pelo Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
À medida que as tropas dos EUA e de outros países-membros da coalizão liderada pela OTAN continuam sua retirada do solo afegão, os talibãs estão ganhando terreno na sua ofensiva contra as forças governamentais.