Nos meses de verão no Hemisfério Norte, os vermes sem olhos Mesenchytraeus solifugus saem em massa para a superfície.
"São tantos", disse o biólogo e pesquisador de vermes do gelo Scott Hotaling, da Universidade Estadual de Washington. Estima-se que cerca de 5 bilhões de vermes podem viver em uma única geleira.
"De onde estamos agora, posso ver cinco, seis, dez geleiras", notou ele. "E se cada uma hospedar essa densidade de vermes do gelo? Isso é apenas uma enorme quantidade de biomassa em um lugar que geralmente é pobre em biomassa", explicou.
Segundo Hotaling, durante muito tempo os biólogos tinham considerado as geleiras de elevadas altitudes como sendo basicamente lugares estéreis e sem vida. No entanto, os vermes do gelo mostram que este ambiente frágil, onde as geleiras são vulneráveis às alterações climáticas e estão recuando, é potencialmente muito mais complexo, escreve portal Oregon Public Broadcasting.
Cientistas desconhecem por enquanto para que estes vermes, de aproximadamente 2,5 de comprimento, emergem em massa durante os meses de verão do gelo e como conseguem sobreviver ao frio durante o inverno.
Estes são apenas alguns de muitos mistérios sobre esses vermes, que têm sido muito pouco estudados apesar de serem as criaturas mais abundantes a viverem na neve e no gelo.
Testes revelaram que os vermes são resistentes à luz ultravioleta. Muitos pontos permanecem ainda sem resposta.
"Há mais mistérios do que questões resolvidas sobre estes vermes do gelo", concluiu Hotaling.
Mesenchytraeus solifugus é a única espécie de vermes anelídeos conhecida que consegue sobreviver em ambientes de temperaturas negativas.