Neste domingo (25), o presidente iraniano cessante, Hassan Rouhani, criticou o Parlamento iraniano acusando-o de minar os esforços para suspender as sanções econômicas impostas ao Irã em consequência do acordo nuclear.
No início do mês, os legisladores prepararam um projeto de lei que limitaria as negociações diretas com os Estados Unidos e obrigaria o governo a primeiro receber permissão do Legislativo.
"Se quiséssemos tomar medidas [para suspender as sanções] durante a administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a decisão tinha que ser tomada por todo o sistema político. O governo não pode fazer isso unilateralmente, e as decisões do Parlamento iraniano interferiram no processo de cancelamento das sanções", disse Rouhani em uma reunião do Banco Central do Irã.
Talvez o posicionamento do Parlamento iraniano reflita a chegada da nova gestão. Rouhani está passando o bastão da presidência para Ebrahim Raisi, que tem um perfil mais linha-dura no que diz respeito ao diálogo com os EUA. Raisi também é conhecido por ser mais conservador, e bastante ligado aos líderes religiosos do país.
Vale lembrar que foi sob a gestão de Rouhani que o acordo nuclear foi assinado em 2015, com Barack Obama no comando dos EUA. A opinião pública fez a leitura de que o Irã confiou em Washington ao assinar o acordo nuclear e depois veio a "facada" norte-americana com o ex-presidente, Donald Trump, saindo do acordo e impondo sanções ao país persa.
Portanto, pode ser que esse movimento mais duro contra o governo norte-americano seja já reflexo do novo tipo de tendência política do Irã.
