Cientistas chineses encontram vírus 'gigantes' na parte mais profunda do oceano

CC BY 2.0 / USFWS/NOAA/CC BY 2.0 / Paisagem submarina da Fossa das Marianas
Paisagem submarina da Fossa das Marianas - Sputnik Brasil, 1920, 27.07.2021
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A descoberta foi feita em amostras de sedimentos retiradas do fundo do abismo Challenger, na Fossa das Marianas, cerca de 11 quilômetros abaixo da superfície do mar.

Os mistérios que se escondem nas profundezas do mar deram origem a mitos e "histórias de pescador" que giram em torno de enormes criaturas que só os marinheiros mais ousados ​​já puderam observar.

Tais histórias, embora fictícias em essência, acabam se revelando verdadeiras em alguns casos, conforme verificado por uma equipe de pesquisadores chinesa que descobriu uma série de vírus gigantes que habitam o fundo da Fossa das Marianas, o ponto mais profundo da Terra, com 10.984 metros de profundidade.

© Foto / Instituto do Oceano SchmidtBactérias do fundo marinho devorando metano
Cientistas chineses encontram vírus 'gigantes' na parte mais profunda do oceano  - Sputnik Brasil, 1920, 27.07.2021
Bactérias do fundo marinho devorando metano

De acordo com a Academia Chinesa de Ciências em um comunicado, o navio de pesquisa avançada Zhang Jian obteve amostras de sedimentos marinhos do abismo Challenger e nelas uma equipe de cientistas identificou uma abundância "relativamente alta" de vírus gigantes pertencentes principalmente à família Mimiviridae e Phycodnaviridae, que podem superar em número algumas espécies de bactérias. 

Algumas espécies de mimivírus, que constituem cerca de 4% do total da população viral amostrada pelos pesquisadores, podem medir até 700 nanômetros de largura, de modo que podem ser observados a olho nu. Além disso, eles têm um genoma altamente complexo de mais de 1,2 milhão de pares de bases, um número maior do que outras famílias de vírus.

Embora famílias de vírus gigantes tenham sido encontradas em outros ecossistemas, sua presença parece ser mais abundante no fundo da Fossa das Marianas, onde suportam pressões extremamente altas, perto de 11 mil atmosferas, baixas temperaturas que variam também de 2º C a 4º C, baixas concentrações de oxigênio e falta de nutrientes orgânicos, segundo o estudo publicado na revista Genome Biology.

Da mesma forma, a partir das amostras obtidas por Zhang Jian, os acadêmicos foram capazes de sequenciar os genomas de mais de 100 classes de microrganismos e foram capazes de criar mais de 2 mil diferentes cepas de micróbios em um laboratório onde criaram um ambiente de alta pressão semelhante ao de seu habitat. Entre eles, pelo menos 19 novas espécies de bactérias e três novas espécies de fungos foram descobertas.

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