COVID-19: russos detectam dezenas de mutações no vírus em paciente que esteve doente por 318 dias

© Sputnik / Yevgeny BiyatovFrascos com reagentes para testes rápidos de coronavírus no laboratório do Parque Tecnológico de Skolkovo
Frascos com reagentes para testes rápidos de coronavírus no laboratório do Parque Tecnológico de Skolkovo - Sputnik Brasil, 1920, 30.07.2021
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Os pesquisadores explicam que se o vírus do novo coronavírus permanecer no organismo por muito tempo ele é capaz de acumular as alterações em sua estrutura genética para escapar da resposta imune.

Cientistas russos detectaram mutações que permitem ao vírus SARS-CoV-2 escapar da imunidade celular, informou o Instituto de Ciência e Tecnologia Skolkovo (Skoltech, na sigla em inglês). Os resultados do estudo (ainda não revisto por pares) foram divulgados na quarta-feira (30) no repositório Research Square.

Os pesquisadores estudaram o caso mais antigo conhecido de COVID-19 em uma paciente com imunidade reduzida que estava doente há 318 dias, o que eles acreditam ser um recorde mundial.

"Embora este seja o caso descrito mais longo, não é o único. Mas, em nosso caso, há uma característica notável: a paciente não tinha anticorpos […]. A investigação tornou possível detectar as mutações que ajudam o SARS-CoV-2 a contornar a imunidade celular", explicam os cientistas.

Ao mesmo tempo, os pesquisadores ressaltaram que a análise filogenética e o sequenciamento genômico das amostras obtidas da paciente mostraram que ela estava infectada o tempo todo com o mesmo vírus. Nesse período, o SARS-CoV-2 adquiriu um total de 40 mutações, mudando muito mais rápido do que costuma acontecer quando se espalha por uma população.

© flickr.com / Fundação Skolkovo O centro de inovação russo Skolkovo
COVID-19: russos detectam dezenas de mutações no vírus em paciente que esteve doente por 318 dias - Sputnik Brasil, 1920, 30.07.2021
O centro de inovação russo Skolkovo

Os pesquisadores do Skoltech explicam que se o vírus permanecer no organismo por muito tempo, é capaz de acumular as alterações em sua estrutura genética para escapar da resposta imune, o que transforma pacientes com baixa resistência imunológica em locais de rápida evolução do patógeno.

Dessa forma, os cientistas concluíram que as células T são um motor subestimado e potencialmente poderoso da evolução da COVID-19 em pessoas com imunidade reduzida.

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