Esta nova teoria consta no novo livro de Peter Bergen, analista de Segurança Nacional e ex-produtor do canal de notícias CNN, lançado na terça-feira (27).
Após os ataques às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, que vitimizaram quase três mil pessoas, Osama bin Laden se escondeu por vários anos. No entanto, o líder terrorista queria continuar se encontrando com suas três esposas, seus vários filhos e netos, pelo que ordenou seu guarda-costas, Ibrahim Saeed Ahmed abd al-Hamid, a comprar um terreno, contratar um arquiteto, e construir uma casa em Abbottabad, no Paquistão.
Em 2010, os agentes da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) estavam se aproximando da captura do terrorista mais procurado em todo o mundo, graças a um informante paquistanês que teria visto um homem que acreditava ser Ibrahim.
Em agosto de 2010, o carro de Ibrahim, que estava sob vigilância da CIA, dirigiu-se em direção a uma propriedade cujas paredes tinham mais de 5 metros de altura e estavam cobertas de arame farpado. A propriedade não tinha linhas telefônicas ou serviço de Internet, a mansão tinha poucas janelas e a sua varanda ao ar livre no andar superior estava cercada em todos os lados por um muro alto.
Ante tamanha peculiaridade da habitação, os agentes começaram a vigiar o local, estudando o "padrão de vida" de seus moradores.
Contrariamente a seus vizinhos, os moradores da propriedade sob vigília queimaram sempre seu lixo, e dentro de sua propriedade mantinham uma pequena fazenda onde eram produzidas maçãs, vegetais, uvas e mel, e ainda onde parecia haver criação de galinhas e até vacas.
No entanto, o que convenceu a CIA de que Bin Laden e sua família viviam na propriedade foram os varais nos quais todos os dias era possível ver roupas femininas, vestuário tipicamente usado por homens paquistaneses, roupas de criança e fraldas. Segundo os cálculos dos agentes, estariam vivendo dentro da habitação, um homem adulto, várias mulheres adultas e pelo menos nove crianças, o que mais ou menos correspondia à composição da família do líder da Al-Qaeda.
Em dezembro desse ano, a CIA apresentou evidências aparentemente suficientes para o ex-presidente dos EUA dessa época, Barack Obama. Assim, foi ordenado às forças militares que organizassem a operação que levaria, no 1º de maio de 2011, ao assassinato de Osama bin Laden, aos 54 anos de idade.
O novo livro de Bergen se chama "A Ascenção e Queda de Osama bin Laden" (traduzido do inglês "The Rise and Fall of Osama bin Laden"), consistindo na biografia detalhada do homem que mudou radicalmente o foco das políticas exteriores e de segurança de Washington.