O ex-secretário de Estado norte-americano na administração Donald Trump, Mike Pompeo, criticou o atual presidente dos EUA, Joe Biden, por este não desistir das negociações nucleares com o Irã na sequência do ataque em 29 de julho ao petroleiro Mercer Street, que possui bandeira liberiana e é administrado por bilionários israelenses, nas águas do mar Arábico. Autoridades israelenses, norte-americanas, britânicas e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) culparam o Irã pelo incidente, apesar das negativas veementes de Teerã.
"Você começou [...] com a conversa sobre Irã, certo, eles agora mataram um britânico e um romeno, atacaram um navio no mar. Eles lançaram foguetes através do Hamas em Israel a partir da Faixa de Gaza, e ainda estamos sentados à mesa tentando negociar um acordo nuclear com eles. Isso é loucura", disse Pompeo à emissora Fox News na segunda-feira (2).
O ex-secretário de Estado dos EUA ainda acusou o atual governo norte-americano de ser fraco contra seus adversários, incluindo Irã, China e Rússia.
"Quando você está fraco, você cria risco, você cria um risco real porque seus adversários acreditam que podem pisar em você. Quando você é forte, quando você tem clareza sobre as palavras que usa e está preparado para apoiá-las como a administração Trump sempre fez, quando você está preparado para apoiar as coisas que garantirão a liberdade norte-americana, seus adversários tomam nota disso", garantiu Pompeo.
Israel pode 'agir sozinho'
Nesta terça-feira (3), o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett advertiu que Tel Aviv não descartaria a hipótese de "agir sozinho" para responder ao ataque, embora estivesse "trabalhando para que o mundo se juntasse a nós" na reação.
"Sentado pacificamente em Teerã e incendiando todo o Oriente Médio – estes tempos terminaram. Estamos trabalhando para o mundo se juntar a nós, mas, ao mesmo tempo, também sabemos como agir sozinhos [...]. O Irã sabe o preço que vamos cobrar quando alguém ameaça nossa segurança", avisou Bennett.
Também nesta terça-feira (3), a OTAN divulgou um comunicado dizendo que condena "veementemente" o ato de agressão contra o Mercer Street, criticando o Irã e acrescentado que a aliança considera Teerã "muito provavelmente responsável" pelo incidente.
Teerã negou veementemente as alegações de envolvimento no ataque do petroleiro e advertiu que responderia "imediatamente e fortemente" se provocado.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo disse à Sputnik na segunda-feira (2) que Moscou não viu qualquer indicação de envolvimento iraniano no incidente ou viu qualquer evidência para apoiar tais alegações.