Um aumento súbito de oxigênio há 252 milhões de anos pode ter contribuído para a maior extinção em massa na Terra, segundo cientistas que estudaram a extinção Permiano-Triássica.
Os pesquisadores da Universidade Estadual de Flórida, EUA, estudaram isótopos de tálio enterrados em sedimentos oceânicos de forma a estimar a mistura química da água do mar que remonta a milhões de anos. Os cientistas detalharam previamente uma redução nos níveis de oxigênio durante o período Permiano-Triássico, mas ainda não conheciam a existência de um aumento prévio.
"Há um trabalho anterior que tem sido feito que mostra que o meio ambiente se torna menos oxigenado levando ao evento de extinção, mas tem sido considerado uma hipótese como uma mudança gradual", diz Sean Newby, cientista da Terra na instituição.
"Ficamos surpresos ao ver este evento de oxigenação realmente rápido coincidindo com o início da extinção e depois um retorno às condições de redução", comentou ele.
Os autores do estudo publicado na revista Nature Geoscience acreditam que o processo de aumento de oxigênio ocorreu durante dezenas de milhares de anos, sendo "praticamente instantâneo" para o registro geológico, disse Newby, que, no entanto, comparou o evento à "mudança climática moderna, induzida pelo homem, em que estamos tendo enormes e rápidas mudanças em frações do tempo, em comparação com esta extinção em massa".
A comunidade científica crê que a causa do evento de extinção há mais de 250 milhões de anos foi um aumento de dióxido de carbono na atmosfera, provavelmente vindo de atividade vulcânica em grande escala na Sibéria.
O evento Permiano-Triássico é considerado a maior extinção da vida de todos os tempos na Terra, eliminando 90% das espécies marinhas e 70% das espécies vertebradas.