Júpiter está à distância de 778 milhões de quilômetros do Sol, por isso se esperaria que o planeta fosse frio. Considerando a quantidade de luz solar recebida, a temperatura média na atmosfera superior não deveria ser maior de 73 °C. No entanto, a temperatura média é de 426 °C, o que tem sido um enigma para os cientistas por décadas.
Recentemente, uma equipe internacional de astrônomos, usando a espaçonave Juno da NASA, o Observatório W.M. Keck, no Havaí, e o satélite Hisaki do Japão, conseguiu entender qual a fonte da temperatura alta em Júpiter, segundo estudo publicado na revista Nature.
"Descobrimos que a aurora intensa de Júpiter, a mais potente no Sistema Solar, é responsável por aquecer a atmosfera superior de todo o planeta até temperaturas surpreendentemente altas", disse cientista James O’Donoghue.
A aurora surge quando as partículas carregadas se movem em espiral ao longo das linhas do campo magnético e colidem com a atmosfera superior do planeta perto de seus polos. As partículas colidem com os átomos e moléculas na atmosfera, emitindo luz e energia.
Após criar um mapa detalhado do calor em Júpiter, os cientistas descobriram que, próximo das regiões onde são observadas as auroras, a temperatura da atmosfera alcança valores altos. Estas regiões, apesar de ocuparem menos de 10% da superfície de Júpiter, são responsáveis por aquecer todo o planeta.
Estes resultados sugerem que as auroras em rápida mutação podem mover as ondas de energia em direção aos polos, o que permite que o calor atinja o equador.