A Rússia pode no futuro se tornar o principal exportador mundial de hidrogênio "azul", previu Sergei Komlev, diretor do Departamento de Estruturação de Contratos e Preços para Exportação, empresa de gás estatal do país.
"A produção de hidrogênio 'azul' neutro em carbono [...] garantirá o papel da Rússia como a maior exportadora mundial de hidrogênio 'azul' a longo prazo [...]", disse o funcionário da Gazprom em uma entrevista à revista corporativa da empresa.
Na sua opinião, se isso acontecer, "terá um impacto positivo na reputação da indústria do gás, interromperá a desvalorização dos ativos de gás, e abrirá o caminho para o financiamento responsável de projetos de gás natural descarbonizado", contou Komlev, em referência ao processo de descarbonização decorrente em grande parte do mundo ocidental, que procura reduzir sua produção e consumo de hidrocarbonetos.
Hidrogênio com futuro na Rússia?
Em 2020, o governo russo aprovou um plano para o desenvolvimento do hidrogênio até 2024, com o objetivo de aumentar a produção e expandir sua aplicação, além de tornar a Rússia uma das líderes mundiais em produção e exportação. O Gabinete de Ministros do país euroasiático espera que a exportação de hidrogênio nacional possa chegar a 200 mil toneladas em 2024.
O hidrogênio convencional pode ter diferentes cores, dependendo de como ele é produzido e de sua emissão de carbono.
O hidrogênio "mais puro" é considerado o hidrogênio "verde", produzido pela eletrólise da água, com o uso de energia de fontes renováveis. O hidrogênio "azul" é produzido a partir de gás natural. O dióxido de carbono derivado é capturado e armazenado em uma instalação de armazenamento especial.
O hidrogênio "turquesa" é produzido pela pirólise do metano. O hidrogênio "cinzento" é o hidrogênio produzido através da liberação de dióxido de carbono na atmosfera.