O Ministério da Saúde colocou sob sigilo todos os documentos internos que tratam da aquisição da vacina indiana Covaxin contra a COVID-19, negociação com suspeitas de irregularidades que vem sendo investigada pela CPI da Covid no Senado Federal, reporta a revista Crusoé.
Em julho, os documentos foram compartilhados com a CPI da Covid, mas o ministério restringiu o acesso público aos documentos após pedido feito por veículos de comunicação, por meio da Lei de Acesso à Informação. Na sexta-feira (6), o Ministério da Saúde respondeu à mídia que o acesso aos documentos encontra-se "suspenso e restrito no momento".
PF apura irregularidades
No começo do mês, a Polícia Federal (PF) enviou ofício ao Palácio do Planalto solicitando informações sobre a reunião entre o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Palácio da Alvorada em 20 de março, em que o parlamentar teria repassado ao presidente suspeitas sobre o contrato de compra da vacina Covaxin.
O episódio é um dos pontos fulcrais na investigação sobre suposta prevaricação de Bolsonaro. Miranda relata que foi ao Alvorada com seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, para que este relatasse as pressões que sofreu para autorizar o contrato.
Em 25 de junho, os irmãos Miranda participaram da CPI da Covid e denunciaram a suposta corrupção envolvendo o contrato para a aquisição da vacina Covaxin. Em 29 de julho, o Ministério da Saúde anunciou que tinha cancelado o contrato da Covaxin com a Precisa Medicamentos, ex-intermediária da Bharah Biotech no Brasil.