Em carta escrita no dia 5 de agosto e divulgada hoje (10), seis países da União Europeia, que incluem Áustria, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Grécia e Alemanha, instam o bloco europeu a reforçar o diálogo com o governo do Afeganistão para que as deportações de refugiados afegãos não sejam interrompidas, segundo a Reuters.
"Interromper as devoluções envia um sinal errado e provavelmente motivará ainda mais cidadãos afegãos a deixarem suas casas para a UE [...] É por isso que instamos você e suas equipes na Comissão a intensificarem as negociações com o governo afegão sobre como o retorno ao Afeganistão poderá continuar nos próximos meses", disse um trecho da carta citado pela mídia.
Em resposta, a Comissão Europeia disse que recebeu a carta e dará o retorno necessário quando estiver pronta.
Segundo a mídia, muitos Estados-membros da UE estão preocupados que os acontecimentos no Afeganistão possam desencadear uma repetição da crise migratória da Europa, ocorrida entre 2015 e 2016, quando a chegada de mais de um milhão de pessoas do Oriente Médio sobrecarregou os sistemas de segurança, saúde e aumentou o apoio a grupos de extrema direita em países europeus.
Um porta-voz do bloco, que foi questionado se a Comissão Europeia considera o país afegão seguro para os requerentes de asilo poderem voltar, o mesmo disse que cabe aos Estados-Membros tomarem essa decisão.
No dia 18 de agosto haverá uma reunião entre ministros de assuntos internos do bloco europeu e o assunto deverá ser discutido, segundo a Reuters.
A reunião foi organizada principalmente para discutir uma onda de travessias ilegais da fronteira da Belarus para países-membros da UE, como a Lituânia, Polônia e Letônia.