Cientistas norte-americanos verificaram a eficácia de imunizantes da Moderna e Pfizer/BioNTech em 180 mil pessoas vacinadas. O objetivo do estudo foi seguir a dinâmica da eficácia das vacinas ao longo do tempo, inclusive com a nova variante do vírus, por isso o estudo durou vários meses, de janeiro a julho.
Ambas as vacinas tiveram alta eficácia contra o SARS-CoV-2 durante o período mencionado, afirmaram os pesquisadores. A eficácia da Moderna foi de 86%, enquanto a da Pfizer/BioNTech foi de 76%, segundo o estudo publicado no site MedRxiv.
Os dois imunizantes se tornaram menos eficazes em julho com a propagação da variante Delta da COVID-19.
"Em meio ao aumento dos casos da infecção em Minnesota [onde inicialmente foi realizado o estudo], durante julho a eficácia da mRNA-1273 (Moderna) contra a infecção foi menor do que nos meses anteriores (76%), enquanto a BNT162b2 (Pfizer) teve uma redução ainda maior (42%)", de acordo os especialistas.
Além disso, os pesquisadores detectaram que a frequência de infecções durante todo o período do estudo foi significativamente menor no grupo vacinado com Moderna. No entanto, o número de internados foi mais ou menos igual.
Analisando as infecções entre os imunizados em outros estados norte-americanos, os pesquisadores também notaram que os vacinados com Moderna se infectaram com menos frequência do que os vacinados com Pfizer/BioNTech.
"Se analisarmos todos os casos em conjunto, a Moderna fornece o dobro da redução do risco de infecção após a vacinação comparando com a Pfizer", concluíram os cientistas.
Perigo da Delta para crianças
Enquanto isso, a Sputnik falou com o pediatra russo Anton Ravdin, para saber o efeito da variante Delta em crianças. Em geral, as crianças quase sempre se recuperam da COVID-19 e as mortes infantis estão frequentemente ligadas às comorbidades graves, afirmou o especialista.
A variante Delta causa a infecção com menor carga viral do que a variante de Wuhan. A Delta é tão contagiosa como varicela, considerada até agora uma das doenças mais transmissíveis, o que leva ao aumento rápido de infecções na população, disse o pediatra.
O especialista disse que a COVID-19 não tem sintomas específicos entre as crianças.