Tal evidência foi retirada a partir dos dados adquiridos pelo Detetor de Raios Gama e Nêutrons (GRaND, na sigla em inglês), a bordo da nave espacial Dawn da NASA, informa o portal Phys.org.
Um mapa detalhado da concentração de hidrogênio nos arredores da Occator foi desenhado a partir das observações às órbitas elípticas que levaram a espaçonave para bem perto da superfície planetária durante a fase final de sua missão, disse Prettyman.
O espectrômetro de nêutrons do GRaND encontrou concentrações elevadas de hidrogênio no medidor mais externo da superfície da cratera Occator, de 92 quilômetros de diâmetro. O estudo, publicado no jornal Geophysical Research Letters, argumenta que o hidrogênio em excesso se encontra sob a forma de gelo d’água.
Os resultados da pesquisa, de fato, confirmaram que a crosta exterior do planeta anão Ceres é rica em gelo e que esse gelo pode sobreviver a impactos com corpos sem ar ou gelados. Os dados mostram um controle parcial da distribuição de gelo próximo da superfície através de grandes impactos, e proporcionam restrições à idade superficial e às propriedades termofísicas do regolito.
"Pensamos que o gelo sobreviveu no subsolo pouco profundo durante cerca de 20 milhões de anos que se seguiram à formação da Occator. As semelhanças entre a distribuição global de hidrogênio e o padrão das grandes crateras sugerem que os processos de impacto têm feito com que o gelo tenha chegado à superfície noutros locais do Ceres. Este processo é acompanhado pela perda de gelo devido à sublimação, causada pelo aquecimento da superfície pela luz solar", explica o cientista, citado pelo Phys.org.
Os resultados do estudo de Prettyman reforçam o consenso emergente de que o Ceres é um corpo diferenciado, no qual o gelo se separou da rocha e acabou por criar uma concha exterior gelada e um oceano debaixo da crosta planetária.