10.000 soldados do Comando do Teatro Ocidental do Exército de Libertação Popular (ELP) da China e do Distrito Militar Oriental da Rússia terminaram na sexta-feira (13) os exercícios Zapad/Interaction-2021 na região de Ningxia.
Os exercícios deram ao ELP uma oportunidade de testar suas armas mais novas e também mostrar a capacidade de trabalhar coerentemente com as forças russas.
Pela primeira vez, os dois países usaram um sistema de comando e controle conjunto. As tropas russas foram integradas em formações chinesas maiores e realizaram operações planejadas pelo ELP, de acordo com um comunicado do Ministério da Defesa da China.
Foi também a primeira vez que os soldados russos usaram veículos blindados de assalto, veículos de combate de infantaria e outros equipamentos bélicos fornecidos pelos militares chineses.
O coronel aposentado do ELP e analista militar Yue Gang disse, citado pelo South China Morning Post, que a China nunca tinha concedido esse nível de acesso a militares estrangeiros.
"O tratado da China com a Coreia do Norte está apenas no papel e os exercícios que fizemos com o Paquistão foram muito menores em escala", afirmou Yue. "A China e Rússia têm que ficar juntas para enfrentar os Estados Unidos. Não somos aliados, mas [somos] tão bons como aliados com nossas capacidades coletivas."
O exercício militar desta semana está forçando os Estados Unidos a considerarem o pior cenário possível, lutando ao mesmo tempo contra a China e a Rússia em caso de um conflito regional, segundo Vasily Kashin, especialista militar e em assuntos chineses na Escola Superior de Economia da Rússia.
"Como a Rússia está tanto na Europa como no nordeste da Ásia e pode manobrar suas forças entre os dois teatros em seu próprio território, a possibilidade credível de enfrentar a Rússia e a China ao mesmo tempo tornará impossível para os EUA conterem a China militarmente", disse Kashin.
Além disso, o especialista revelou que a troca de armas e equipamentos contribuiu para um melhor entendimento mútuo das capacidades da China e da Rússia, o que é uma prática comum na OTAN.