Em uma reunião de portas fechadas de seu partido democrata-cristão, nesta segunda-feira (16), os políticos alemães refletiram sobre a crescente preocupação com a grave situação do Afeganistão, depois que o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) tomou a capital, Cabul.
"Estamos atravessando tempos difíceis [...] Agora devemos nos concentrar na missão de resgate", disse a chanceler alemã.
Merkel informou que as pessoas que precisam ser evacuadas do país consistem em 2.500 funcionários de apoio afegãos, junto com ativistas de direitos humanos, advogados, e outros cidadãos que o governo alemão entende que estão em risco de vida se permanecerem no país.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, Berlim busca evacuar o máximo de pessoas em perigo no Afeganistão, e aponta que os membros aliados da OTAN subestimaram a situação ao acharem que as forças afegãs poderiam derrotar os militantes do Talibã.
O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, também concorda com a posição de Merkel, afirmando que o objetivo do país "é [estabelecer] uma ponte aérea para salvar o maior número de pessoas possível. A comunidade internacional deve se unir agora para apoiar os países vizinhos do Afeganistão. Um grande movimento de refugiados vai começar em breve".
Há seis anos, a Alemanha abriu suas fronteiras para mais de um milhão de imigrantes, muitos deles fugindo da guerra na Síria. Tal ação foi aplaudida por vários países pelo mundo afora, mas acabou criando controvérsia entre as facções políticas alemãs e, do mesmo jeito, dentro do partido de Merkel.
A Ministra da Defesa da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, disse na reunião acima mencionada que Berlim havia destacado forças especiais para ajudar no resgate dos cidadãos afegãos, acrescentando que é "uma operação extremamente perigosa" para os soldados alemães.
"Enquanto for possível, o Exército alemão evacuará o maior número de pessoas do Afeganistão e manterá a ponte aérea", declarou a ministra, sublinhando, porém, que essa ponte estará dependente da vontade dos EUA em manter o aeroporto de Cabul aberto.