Na segunda-feira (16), a chanceler alemã, Angela Merkel, se reuniu com membros de seu partido para avaliarem a situação atual no Afeganistão. Ela teria então informado que Berlim planejava retirar até dez mil pessoas do país, que passariam a ser responsabilidade do Estado europeu.
Hoje (17), porém, a Alemanha reportou que apenas sete pessoas foram evacuadas com sucesso de Cabul em uma aeronave A400M. Annegret Kramp-Karrenbauer, ministra da Defesa alemã, culpou o caos vivido no aeroporto pelo fracasso da missão.
"Temos uma situação muito caótica, perigosa e complexa no aeroporto [...] Tivemos muito pouco tempo, então só recebemos a bordo pessoas que estavam no local", explicou a ministra.
De acordo com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, apenas sete pessoas conseguiram entrar no avião antes que ele tivesse que sair rapidamente. Agora, Berlim está esperando a permissão dos EUA para realizar um segundo voo desde Tashkent.
Durante a reunião de segunda-feira (16), Merkel sublinhou que a guerra no Afeganistão conseguiu impedir a Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) de repetir ataques da natureza dos de 11 de setembro de 2001 contra os EUA, mas também referiu que "tudo o que se seguiu não foi tão bem-sucedido e não foi alcançado da maneira que tínhamos planejado".
Há seis anos, a Alemanha abriu suas fronteiras para mais de um milhão de imigrantes, muitos deles fugindo da guerra na Síria. Tal ação foi aplaudida por vários países pelo mundo afora, mas acabou criando controvérsia entre as facções políticas alemãs e, do mesmo jeito, dentro do partido democrata-cristão de Merkel.
"Para nós, está claro que 2015 não se deve repetir [...] Não conseguiremos resolver a questão do Afeganistão através da migração para a Alemanha", disse Paul Ziemiak, secretário-geral do partido.
Nos últimos dias, milhares de afegãos se têm aglomerado no asfalto do aeroporto de Cabul, tentando desesperadamente entrar a bordo de um avião que os possa levar para bem longe do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países).