Tal declaração chega poucos dias após o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) tomar o controle da capital afegã, Cabul.
"Os que têm agora o poder, têm a responsabilidade de garantir que os terroristas internacionais não recuperem seu ponto de suporte", disse Stoltenberg para os vários repórteres na sede da OTAN em Bruxelas, na Bélgica.
O secretário-geral da Aliança Atlântica indicou que algumas das forças de segurança afegãs "lutaram corajosamente", mas não conseguiram proteger o país porque, no final, os líderes políticos do Afeganistão não conseguiram enfrentar o Talibã e alcançar a solução pacífica que a população "desejava desesperadamente".
A ameaça do terrorismo
Stoltenberg enfatizou que o terrorismo internacional é uma vez mais uma ameaça após o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão, e é por isso que a Aliança Atlântica "deve estar vigilante para permanecer na frente da luta" contra grupos dessa natureza.
Do mesmo jeito, também apelou ao movimento rebelde para que facilite a partida de todos os cidadãos que queiram deixar o país, e que respeite os direitos humanos, particularmente os das mulheres.
Stoltenberg informou ainda que a OTAN havia concordado em enviar aviões de evacuação adicionais para Cabul.
"Os aliados enfrentaram o risco [da retirada do Afeganistão] porque sabiam que a alternativa era não continuar com uma presença militar limitada, sendo que a alternativa mais provável era a continuação de uma presença maior de tropas da OTAN e voltar a entrar em combate", explicou o secretário-geral.
Afeganistão: um final trágico
Porém, Jens Stoltenberg sublinhou que compreende o descontentamento de praticamente todo o mundo ante o caos atual vivido no Afeganistão, cujas imagens têm circulado nas redes sociais.
"A frustração é fácil de entender quando vemos que tantos anos de esforços de toda a comunidade internacional não produziram os melhores resultados em termos de estruturas estatais afegãs", lamentou.
O secretário-geral da OTAN disse que o objetivo da aliança no Afeganistão era ajudar na construção de um Estado viável sem precisar manter uma presença permanente no país, classificando o colapso do governo afegão ante o Talibã, após 20 anos de conflito, uma "tragédia".