Os pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA) usaram os dados sísmicos juntos com a análise das perturbações gravitacionais nos anéis ao redor de Saturno para conhecer a estrutura interna do planeta, segundo o estudo publicado na revista Nature Astronomy.
Os pesquisadores encontraram pequenas perturbações dos anéis, causadas pelo campo magnético da parte central do planeta. Até agora acreditava-se que o centro de Saturno era constituído por um núcleo metálico, cercado por uma "capa" de hidrogênio e hélio.
Os novos dados revelam que o núcleo provavelmente é composto por uma mistura de hidrogênio, hélio e elementos pesados. Sua massa é cerca de 17 massas da Terra e ocupa até 60% do volume de Saturno, o que é significativamente mais do que se pensava. A fronteira entre o núcleo e a camada de gás é muito indefinida.
Os cientistas sugerem que o núcleo de Saturno não tem fronteiras delimitadas, por isso não foi possível registrá-lo diretamente pela sonda Cassini. A localização da fronteira foi determinada indiretamente, através das perturbações dos anéis.
Os pesquisadores destacaram que os dados descobertos fornecem uma nova visão da estrutura interna e da história de formação de planetas gigantes. É preciso fazer ajustes nos modelos existentes de formação de planetas, baseados na teoria de acreção seguida de diferenciação de substâncias no interior de planeta.
O núcleo difuso de Saturno significa que, depois da etapa de acreção, se passou à redistribuição gradual de elementos pesados no interior. Em resultado, em vez da estrutura estratificada dos planetas telúricos, os planetas gigantes têm duas áreas internas com um fronteira indeterminada: núcleo difuso e camada de gás.