Pesquisadores descobriram nas Filipinas o grupo étnico com a maior conhecida ascendência genética dos denisovanos, um tipo de hominídeos extinto, relata na sexta-feira (13) um comunicado da Universidade de Uppsala, Suécia.
Conhecido como Ayta Magbukon, o grupo vive na península de Bataan, ilha de Luzon, relativamente perto de Manila, habitou as Filipinas antes da chegada dos Homo sapiens, e os dois grupos podem estar relacionados geneticamente, sugere o estudo publicado pelos cientistas na revista Current Biology. Foram analisados 2,3 milhões de genótipos de 118 grupos étnicos das Filipinas.
Os grupos étnicos da Papua Nova Guiné eram considerados até agora os humanos modernos mais próximos aos denisovanos, mas foi revelado que os Ayta Magbukon têm uma semelhança de DNA até 46% maior. A comunidade científica determinou até agora que os denisovanos se misturaram tanto com os antepassados dos humanos modernos como com os neandertais, levando à sua presença ainda hoje.
"Junto com o recentemente descrito 'Homo luzonensis', sugerimos que havia múltiplas espécies arcaicas habitando as Filipinas antes da chegada dos humanos modernos, e que esses grupos arcaicos podem ter sido geneticamente relacionados", crê a equipe de investigadores, que teorizou que o Ayta Magbukon se misturou pouco com os grupos que mais tarde vieram à ilha.
"É essa a razão pela qual o Ayta Magbukon reteve a maioria de seus genes denisovanos, e, portanto, tem os mais altos níveis desses genes no mundo", explicou Mattias Jakobsson, professor do Departamento de Biologia Organísmica da Universidade de Uppsala, e coautor do estudo.
Os denisovanos foram apenas descobertos em 2010, na caverna Denisova, sul da Sibéria, Rússia, quando tiveram seu DNA sequenciado, dois anos depois que foram achados aí.