Em exposição hoje (20) na Casa Branca, o presidente dos EUA, Joe Biden, se concentrou em falar sobre a evacuação de cidadãos norte-americanos, requerentes de vistos especiais de imigração e suas famílias e afegãos vulneráveis que ajudaram Washington durante os 20 anos de ocupação.
"Deixe-me ser claro: qualquer norte-americano que queira voltar para seu país, nós o levaremos para casa. Também faremos tudo, tudo o que pudermos, para fornecer evacuação segura para nossos aliados e parceiros afegãos que podem ser alvos por sua associação aos Estados Unidos", disse Biden.
O presidente pontuou que as forças militares norte-americanas entraram no Afeganistão para derrotar a Al-Qaeda (organização proibida na Rússia e em diversos países) após os ataques de 11 de setembro, missão que o presidente considerou completa.
A vice-presidente, Kamala Harris, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se juntaram a Biden durante o discurso.
A administração dos EUA prometeu evacuar todos os cidadãos norte-americanos que ainda estivessem no Afeganistão, junto a cerca de 65.000 afegãos que trabalharam para Washington. Durante o discurso, o presidente afirmou que o governo retirou 204 jornalistas nesta semana do país, mas confessou não saber quantos americanos ainda estão lá, segundo a mídia.
Entretanto, o mandatário declarou que não pode prever qual será o resultado final e se terá risco de perdas durante a evacuação.
"Não posso prometer qual será o resultado final ou se acontecerá sem risco de perda. Porém, posso prometer que mobilizarei todos os recursos necessários e, como norte-americano, expresso minha gratidão aos bravos homens e mulheres das Forças Armadas dos EUA que estão realizando esta missão. Eles são incríveis", comentou.
Acordo com Talibã
Em diversos momentos, Biden afirmou que há um acordo com o Talibã que garante que os norte-americanos não serão atacados, e disse que os postos de controle do grupo nos aeroportos estão deixando os cidadãos estadunidenses passarem quando mostram documentação.
"Deixamos claro ao Talibã que qualquer ataque vai ter uma resposta com força. Estamos atentos a qualquer ameaça de terrorismo, inclusive das pessoas afiliadas ao Daesh [organização proibida na Rússia e em vários outros países] que saíram das prisões recentemente no Afeganistão", afirmou.
Questionado na quinta-feira (19), durante entrevista para ABC News, se achava que o Talibã havia mudado, Biden afirmou que considera que o grupo está "passando por uma espécie de crise existencial".
"Acho que eles estão passando por uma espécie de crise existencial: será que eles querem ser reconhecidos pela comunidade internacional como um governo legítimo? Não tenho certeza se querem."