O presidente dos EUA Joe Biden disse em uma entrevista ao ABC News, publicada na quinta-feira (19), que os EUA precisam reorientar sua atenção para as ameaças "maiores", em vez do Afeganistão, porque os grupos como a Al-Qaeda e Daesh (organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países) "criam metástases".
"Há uma ameaça significativamente maior da Síria para os Estados Unidos. Há uma ameaça significativamente maior da África Oriental. Há uma ameaça maior para outros lugares do mundo do que nas montanhas do Afeganistão", disse Biden.
"E mantivemos uma capacidade para eliminá-los além do horizonte", segundo o presidente.
Biden adicionou que as forças dos Estados Unidos "não têm militares na Síria" para garantir proteção.
Na verdade, os EUA têm aproximadamente 900 soldados estacionados na Síria para apoiar seus aliados curdos, de acordo com estimativas publicadas no mês passado.
Além disso, a Casa Branca emitiu um comunicado em junho afirmando que as forças norte-americanas mantêm "uma pequena presença" na Síria como parte de uma estratégia abrangente para conter o Daesh.
O comunicado destacou que o contingente dos EUA foi implantado em "locais estrategicamente importantes na Síria para realizar operações […] a fim de enfrentar as contínuas ameaças terroristas provenientes da Síria."
Após a transmissão, os membros da administração Biden tentaram explicar sua declaração controversa, dizendo à CNN que o presidente dos EUA "estava falando sobre a presença da Al-Qaeda no noroeste da Síria, que continua sendo uma ameaça para os Estados Unidos e está sendo combatida sem tropas norte-americanas no local."
A fonte do governo confirmou que há um "pequeno número de forças dos EUA e da coalizão" em áreas do leste da Síria onde o Daesh atua.