Entre os carnívoros ferozes que viveram durante o final do Cretáceo estava um predador chamado daspletossauro. O enorme tiranossauro, com cerca de nove metros de comprimento, viveu na floresta costeira do que hoje é Alberta, uma província no Canadá, há cerca de 75 milhões de anos, precedendo o mais famoso tiranossauro rex em cerca de dez milhões de anos.
New species of Tyrannosaur could have been hiding in plain sight: Scans of two Daspletosaurus ... https://t.co/eQHR9tm90B via @MailOnline
— Roberto Navarro (@rnavarrofjr) August 21, 2021
Novas espécies de tiranossauro podem estar escondidas à vista de todos: imagens de dois daspletossauros
Pela primeira vez, um grupo de pesquisadores do Museu Canadense da Natureza usaram tomografias computadorizadas para reconstruir digitalmente o cérebro, o ouvido interno e a caixa craniana de dois espécimes bem-preservados de daspletossauros.
O estudo foi publicado no Canadian Journal of Earth Sciences, e seu resultado contradiz uma visão prevalecente de que os cérebros de dinossauros e os ossos que os envolvem e protegem variam pouco dentro das espécies, ou entre espécies estreitamente relacionadas, especialmente quando comparados às mudanças observadas em outras partes do esqueleto.
"Sabemos que os tiranossauros tinham cérebros de tamanhos relativamente bons para um dinossauro, e este estudo mostra que esse padrão é válido para o daspletossauros. Além disso, com base nas formas do cérebro, estrutura do ouvido e caixa craniana, sugerimos que esses dois espécimes representam espécies distintas de daspletossauros", disse Tetsuto Miyashita, paleontólogo do museu e autor sênior do estudo.
A primeira espécie foi descoberta em 1921 próximo ao rio Red Deer, em Alberta. A segunda, perto do mesmo local, porém em 2001. Este último ainda está sendo estudado pelo Museu de Paleontologia Royal Tyrrell, para determinar se é, de fato, uma nova espécie. A família Tyrannosauridae inclui não apenas o tiranossauro rex, mas também os daspletossauros entre outros.
"Ao longo das pesquisas sobre dinossauros, poucas examinaram caixas cerebrais dos mesmos, normalmente uma para cada espécie que estudaram, isso reforçou a suposição de que essas estruturas não mudam muito dentro e entre as espécies. Simplesmente não olhamos dentro de crânios o suficiente para documentar variações”, acrescentou Miyashita.
No entanto, mesmo dentro das duas caixas cerebrais dos daspletossauros, havia diferenças.
"Foi surpreendente ver tantas variações nas caixas cranianas, embora os esqueletos sejam semelhantes", disse o paleontólogo.
Miyashita ainda afirmou que o estudo fornece um bom motivo para observar mais caixas cranianas em grupos semelhantes de dinossauros, ou mesmo dentro de espécies.