Relatório da aliança Quad insta a incluir ataques a cabos submarinos da China em exercícios navais

© REUTERS / StringerPorta-aviões Liaoning da China com a frota que o acompanha durante simulação em uma área do mar do Sul da China (imagem de arquivo)
Porta-aviões Liaoning da China com a frota que o acompanha durante simulação em uma área do mar do Sul da China (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2021
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Nesta segunda-feira (23), um relatório de uma força-tarefa do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad, na sigla em inglês) sugeriu incluir "ataques a cabos submarinos como parte dos exercícios navais" durante o treinamento anual Malabar, uma vez que os cabos submarinos de fibra ótica foram identificados como a espinha dorsal da economia global.

Esta aliança tem sido alvo de duras críticas por parte da China, que a descreve como um esforço conjunto para conter a ascensão de Pequim na ordem mundial.

"A região do Indo-Pacífico, a região mais populosa do mundo com 60% do PIB global e as economias de crescimento mais rápido do mundo, é também o lar das redes de cabos de comunicação submarinas de crescimento mais rápido", afirmou a força-tarefa do Quad, composta por 31 proeminentes especialistas norte-americanos, australianos, indianos e japoneses, vindos das quatro nações constituintes da aliança.

Quase 10 US$ trilhões (cerca de 54 R$ trilhões) em transações financeiras são transmitidos por cabos submarinos todos os dias, de acordo com o relatório emitido pelo grupo de pesquisa indiano Gateway House: Conselho Indiano de Relações Globais.

© Foto / Marinha dos EUA/ Chandler HarrellFuzileiros navais norte-americanos participam dos exercícios militares no oceano Pacífico
Relatório da aliança Quad insta a incluir ataques a cabos submarinos da China em exercícios navais - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2021
Fuzileiros navais norte-americanos participam dos exercícios militares no oceano Pacífico

O documento de 53 páginas observa que a China, conhecida por ter a maior frota de navegação comercial do mundo, tem "planos aprovados para uma enorme rede de vigilância submarina" tanto no mar da China Oriental como no mar do Sul da China. O mesmo documento também estima que as atividades de pesca e navegação comercial respondem por dois terços dos danos totais aos cabos de comunicação submarinos.

"Embora os sistemas sejam oficialmente destinados para monitorar mudanças ambientais, os especialistas reconhecem que eles terão aplicações de defesa nacional, o que poderia incluir o rastreamento dos movimentos de submarinos estrangeiros", afirma o relatório.

Este documento surge antes dos exercícios Malabar-21, programados para serem realizados ao largo da costa de Guam, uma cadeia de ilhas controladas pelos EUA no oceano Pacífico.

Um comunicado do governo indiano diz que "operações complexas de superfície, subsuperfície e aéreas, incluindo exercícios de fogo real, de guerra antissuperfície, antiaérea e antissubmarino", farão parte da próxima série de exercícios das quatro nações.
© AP Photo / Marinha da ÍndiaHelicópteros pousam em porta-aviões durante exercício naval de Malabar conjunto da Índia, EUA, Japão e Austrália, no mar Arábico do Norte, 17 de novembro de 2020
Relatório da aliança Quad insta a incluir ataques a cabos submarinos da China em exercícios navais - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2021
Helicópteros pousam em porta-aviões durante exercício naval de Malabar conjunto da Índia, EUA, Japão e Austrália, no mar Arábico do Norte, 17 de novembro de 2020

A Marinha da Índia declarou anteriormente que quatro a cinco navios chineses operam na região do oceano Índico em qualquer momento.

O novo relatório relata que, só em 2020, as dragas chinesas "danificaram" cabos submarinos que ligam ilhas ao largo da costa de Taiwan em cinco ocasiões diferentes.

"A China pretende capturar 60% do mercado mundial de comunicações por fibra ótica até 2025". Essa meta estaria diretamente ligada a seus planos globais para as iniciativas Rota da Seda Digital e Cinturão e Rota", afirma o documento.

Entre suas outras recomendações, o relatório da força-tarefa insta a "desafiar o crescimento da China" em redes de cabos marítimos e a "estabelecer um centro de comando marítimo para lidar com ameaças à segurança marítima não tradicionais".

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