Após a Polícia Federal relatar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a rede bolsonarista na Internet usa táticas de desinformação empregadas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, a PF tem monitorado sequentes investidas de Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, sobre a democracia brasileira, segundo o Estadão.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro se alinharam ao estrategista, assim como o filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL).
No dia 12 de agosto, acompanhado do empresário Mike Lindell, Bannon recebeu Eduardo em Dakota do Sul (EUA), durante evento marcado por teorias de desinformação sobre as eleições.
Segundo a mídia, o deputado falou por cerca de 40 minutos e repetiu à audiência norte-americana as mesmas informações sobre fraude nas eleições de 2018, proferidas por Bolsonaro sem provas, e que fizeram o presidente ser alvo de investigações no TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao fim da palestra Bannon reforçou as teorias conspiratórias do deputado.
"Vocês veem que não é só nos EUA. Esta eleição [de 2022, no Brasil] é a segunda mais importante no mundo e a mais importante da história da América do Sul. Bolsonaro vai vencer, a menos que seja roubado... adivinhe pelo quê?", indagou o ex-conselheiro de Trump.
Lindell, um importante aliado em campanhas de fake news nos EUA, completou o questionamento de Bannon respondendo: "Pelas máquinas", fazendo referência às urnas eletrônicas.
Eduardo é o principal interlocutor da família com Bannon, com quem já esteve várias vezes no país norte-americano e já tentou trazer o assessor político ao Brasil.
Ainda no início de 2019, o filho do presidente publicou uma foto com Bannon anunciando que havia sido escolhido pelo norte-americano para ser embaixador do The Movement (O Movimento, na tradução), grupo internacional fundado por Bannon para reunir a extrema direita no mundo.