De acordo com um novo estudo publicado nesta quarta-feira (25) na Journal of the Royal Society, uma equipe de pesquisa internacional descobriu que os ninhos de diferentes espécies de vespas do gênero Polistes, também conhecidas como vespas de papel, habitantes das florestas tropicais do Vietnã, produzem biofluorescência.
Esses ninhos apresentam um brilho verde fluorescente intenso que pode ser avistado pelos seres humanos a vários metros de distância, quando são iluminados com luz negra ultravioleta.
Durante as pesquisas, os especialistas analisaram os espectros de fluorescência dos ninhos das espécies de vespa Polistes brunetus, P. lepcha, P. japonicus e de uma espécie de Polistes não identificada, descobrindo faixas estreitas de emissão na faixa verde do espectro visível, assim como rendimentos quânticos de fluorescência de até 35%, um dos mais fortes já registrados no reino animal.
Segundo os cientistas, uma série de testes microscópicos revelou a presença de fluorescência especificamente nas fibras dos casulos que envolvem as larvas de vespa, sugerindo que os fluoróforos – compostos químicos responsáveis pela fluorescência – estão presentes em uma proteína da seda produzida pelas vespas.
Atualmente, ainda não são claras as funções biológicas das propriedades da fluorescência do biomaterial estudado.
Uma hipótese sugere que se as vespas podem ver o intenso brilho verde, cujo espectro está dentro do alcance geral da visão desses insetos. Então, a biofluorescência poderia funcionar como uma espécie de marcador que as ajuda a identificar seu ninho, especialmente durante o amanhecer e o entardecer, quando há alguma luz ultravioleta do sol.
Outra possibilidade seria a função protetora das proteínas fluorescentes, absorvendo a radiação ultravioleta nociva e impedindo sua entrada no casulo, protegendo de sua incidência as larvas em desenvolvimento. Também se suspeita que a luz verde adicional poderia ajudar as larvas, como uma espécie de lâmpada solar, durante dias nublados ou chuvosos.
Agora, os especialistas planejam continuar seus estudos para identificar e analisar o composto proteico que causa o brilho na seda das vespas.