Esta região é considerada a fonte mais provável de cometas de longo período, entre os quais podem estar corpos celestes que vieram de áreas muito mais distantes – o meio interestelar dentro da nossa galáxia.
De acordo com um estudo de cientistas do Observatório Astrofísico Harvard & Smithsonian, publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, o número de corpos celestes da nuvem de Oort que veio de fora do Sistema Solar é superior ao número de objetos originalmente pertencentes ao nosso sistema.
De acordo com cálculos realizados pelos astrônomos Amir Siraj e Avi Loeb, a nuvem de Oort pode conter cerca de 100 trilhões de objetos interestelares, embora a teoria popular sobre a formação de sistemas planetários sugira que deveria haver menos objetos "alienígenas" do que corpos celestes originalmente localizados na referida nuvem.
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Os objetos interestelares são extremamente difíceis de detectar, pois não emitem luz por si mesmos. Os astrônomos podem observá-los somente se "taparem" objetos de fundo, passarem pelo nosso Sistema Solar perto do Sol ou se se separarem da nuvem de Oort e se moverem em uma órbita hiperbólica altamente alongada, sem relação com a gravidade do Sol.
Até agora, existem apenas dois objetos interestelares registrados: o asteroide Oumuamua, detectado em 2017, e o cometa 2I/Borisov, descoberto em 2019.
Os pesquisadores afirmam ainda que as regiões internas do Sistema Solar também estão cheias de objetos interestelares, mas os humanos são incapazes de identificá-los porque ainda não possuem tecnologia para o fazer.