Os pesquisadores argentinos analisaram o número de anticorpos e sua capacidade de neutralizar o coronavírus e suas variantes em 1.800 amostras de sangue de pessoas que se recuperaram do vírus ou não tiveram a infecção.
As amostras foram coletadas antes da imunização e a 21, 42, 120 e 180 dias após a vacinação com a Sputnik V, informou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da Argentina.
"Embora os anticorpos diminuam em quantidade, o que pudemos observar neste estudo é que a qualidade e o poder neutralizante dos anticorpos contra o SARS-CoV-2 original e as variantes aumentam com o passar do tempo desde a administração da vacina Sputnik V ", disse a chefe da pesquisa, Andrea Gamarnik.
O estudo confirma a eficácia crescente dos anticorpos seis meses após a vacinação com a Sputnik V, conforme o ministério.
Os cientistas também analisaram a eficácia da vacina contra as diferentes variantes que circulam na Argentina e descobriram que os anticorpos são capazes de bloquear a infecção causada pela cepa Delta.
"É surpreendente que, com o passar do tempo após a vacinação, o poder neutralizante dos anticorpos contra as cepas aumenta, e esse aumento de poder é maior contra as variantes Beta e Gama. Ou seja, após quatro ou seis meses do início da vacinação, a qualidade dos anticorpos gerados também melhora para neutralizar as variantes", concluiu Gamarnik.
Comentando as descobertas de cientistas argentinos, o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo) afirmou que muitos países procuram uma vacina capaz de fornecer proteção a longo prazo contra a COVID-19.
"Neste caso, o estudo realizado pelos especialistas na Argentina é extremamente importante para demonstrar a formação de uma imunidade mais longa contra o coronavírus pela vacina russa Sputnik V", segundo o RFPI.