O recém-nomeado ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, disse que o assassinato do major-general Qassem Soleimani não vai ficar impune, e afirmou que uma das principais ações da pasta é entrar com ações judiciais para punir os Estados Unidos, que mataram Soleimani em Bagdá em janeiro de 2020.
"Uma das prioridades do ministério é entrar com uma ação judicial e internacional [...]. O governo dos Estados Unidos não pode escapar das consequências deste ato, e os perpetradores e diretores desse ato terrorista devem ser punidos e levados à Justiça por suas ações", disse o ministro citado pela agência iraniana Tasnim.
O chanceler enfatizou que o governo dos EUA "deve ser responsabilizado, embora tenha sido o governo anterior que cometeu o crime".
Amir-Abdollahian chegou no sábado (28) a Bagdá para prestar homenagem a Soleimani. Essa foi sua primeira viagem como ministro, já que tomou posse do cargo na quarta-feira (25), com apoio unânime do Parlamento iraniano.
Os comentários de Amir-Abdollahian seguiram as declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, na quinta-feira (26), quando o ex-mandatário se gabou de ter matado os "monstros" Soleimani e o líder do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em diversos países), Abu Bakr al-Baghdadi.
"Tiramos o fundador do Daesh, al-Baghdadi, e claro, Soleimani. Agora, só para você entender, Soleimani foi muitas, muitas vezes maior do que Osama bin Laden. O fundador do Daesh foi muitas, muitas vezes maior, do que Osama bin Laden", disse Trump.
O assassinato de Soleimani em janeiro de 2020 em um ataque de drones nos EUA levou Teerã e Washington à beira da guerra, com a República Islâmica respondendo ao assassinato lançando mais de uma dúzia de mísseis balísticos em duas bases norte-americanas no Iraque, causando lesões cerebrais traumáticas em mais de 100 soldados estadunidenses.