Um comunicado da Universidade de Princeton (EUA), publicado na sexta-feira (27) na revista Nature Communications, indica que o fluxo de água que circula por baixo da camada de gelo da Groenlândia está afetando a superfície.
Anualmente, formam-se lagos sobre as geleiras que cobrem a enorme ilha. Posteriormente, eles desaparecem ao serem drenados através das rachaduras no gelo, cuja grossura pode superar os 800 metros. Sua água chega a grandes cavidades entre o gelo e o leito rochoso.
Para compreender como esta dinâmica se manifesta na superfície das geleiras, os pesquisadores combinaram as observações de campo com modelos matemáticos e experiências em laboratório, determinando que o movimento interno da água faz com que o gelo suba, possibilitando observações indiretas sobre o processo.
As descobertas permitem avaliar o desenvolvimento das redes de água sob as geleiras. Além disso, segundo Ching-Yao Lai, líder do estudo, as descobertas poderiam mostrar como a mudança climática afeta a grossa camada de gelo da Groenlândia.
"Sabemos que, à medida que o clima aquecer no futuro, a zona de degelo da superfície pode se expandir e migrar para elevações maiores que as observadas atualmente. No entanto, a grande questão é quanto a transmissividade [desenvolvimento da rede de água subglacial] pode aumentar no interior", indicou.
"Um potencial impacto é que a conexão entre o derretimento da superfície e o desenvolvimento da rede de água subglacial poderia ocorrer não apenas em elevações mais baixas, como também nas mais altas", observou.