Os restos mortais da mulher de 7.000 anos foram encontrados na Indonésia entre 2015 e 2019. Após analisar seu DNA, os cientistas descobriram que essa é a primeira indicação de que a ancestralidade asiática estava presente na região indonésia de Wallacea muito antes da expansão austronésia, segundo a revista Nature.
De acordo com os pesquisadores, a mulher era descendente principalmente do Homo sapiens do Leste Asiático, que provavelmente chegou à Indonésia há pelo menos 50 mil anos. Possivelmente, a mulher tinha entre 17 ou 18 anos quando morreu.
Os pesquisadores sugerem que os ancestrais da mulher, ao chegarem à ilha de Celebes, poderiam ter cruzado com denisovanos que já habitavam o local, já que ela carrega cerca de 2,2% de denisovanos em seu DNA.
"O DNA da mulher de Celebes indica que o cruzamento ocorreu em Wallacea quando alguns Homo sapiens da Idade da Pedra se dirigiram para Papua-Nova Guiné e Austrália. O principal fluxo de genes de denisovanos para ancestrais de papuásios e aborígenes australianos provavelmente ocorreu uma vez que [Homo sapiens] chegou às ilhas Wallacea", disse o coautor do estudo, Cosimo Posth.
Os cientistas também afirmaram que o DNA da mulher parece mais com o dos atuais papuásios e dos australianos indígenas do que com o do asiático oriental moderno. Isso indica que ela pertencia a uma linha genética distinta e anteriormente desconhecida de humanos que surgiu há cerca de 37.000 anos.
Estima-se que por volta do mesmo período ocorreu a divisão evolutiva entre os papuásios e os australianos indígenas.