De acordo com o CDC, os investigadores da OMS devem se focar no estudo dos produtos da cadeia do frio e sua logística antes da detecção dos primeiros casos da COVID-19 em Wuhan – particularmente entre setembro e dezembro de 2019.
Os epidemiologistas do Centro disseram que amostras da COVID-19 podiam ser encontradas em alguns dos produtos da cadeia do frio enviados para outras cidades chinesas, nomeadamente a Pequim e Dalian, antes de as duas cidades terem sofrido surtos limitados da doença no verão de 2020. Esses incidentes aconteceram depois que a China conseguiu rapidamente parar o surto original em Wuhan em abril de 2020.
Então, os epidemiologistas chineses sugeriram que o SARS-CoV-2 poderia ter sido importado para Wuhan, seja de outra região chinesa ou de um fornecedor estrangeiro de produtos da cadeia do frio. Membros do CDC propuseram que a OMS investigue essa hipótese e rastreie a cadeia de suprimentos deste tipo de produtos.
Os cientistas ressaltaram em suas publicações que há numerosas evidências de que a COVID-19 estava presente em outras partes do mundo, especialmente nos EUA, Itália, Espanha e França, antes da detecção dos primeiros casos na China ainda em março de 2019.
"Nós realizamos investigações epidemiológicas, testes de ácido nucleico, detecção de anticorpos, retrospecção de alimentos da cadeia do frio e análise comparativa do sequenciamento do gene viral de pacientes com COVID-19 e embalagens de alimentos e confirmamos que o vírus foi importado de outros países ou regiões por meio do transporte da cadeia do frio", disse Ma Huilai, do centro chinês.
Os pesquisadores do CDC acrescentaram que mais da metade das lojas no mercado de frutos do mar, a alegada fonte da infecção original, importou 29 tipos de produtos da cadeia do frio de 20 países e regiões da China.
A publicação pelos epidemiologistas da China ocorre quando a OMC planeja realizar a segunda fase da investigação das origens do vírus que tirou a vida a mais de 4.493.000 pessoas em todo o mundo e prejudicou as economias. A investigação anterior não deu respostas sobre quando e como o vírus saltou de animais para humanos.
Pequim rejeitou veementemente a ideia de realizar a segunda fase da investigação em seu território, argumentando que essa é politizada e não se baseia na ciência.