A última área acordada pelos EUA é a Micronésia, um grupo de arquipélagos do outro lado do mar das Filipinas relativamente à China.
No mês passado em Honolulu, Havaí, o presidente da Micronésia, David Panuelo, manteve conversas de defesa de alto nível com o almirante John C. Aquilino da Marinha dos EUA, comandante do Comando Indo-Pacífico (INDOPACOM, na sigla em inglês) dos EUA, sobre a defesa ampliada e postura de força norte-americana no Pacífico, entre outros assuntos.
"Os Estados Federados da Micronésia e os EUA colaboraram nos planos para uma presença mais frequente e permanente das Força Armadas dos EUA e acordaram em cooperar sobre como será construída essa presença temporária e permanente dentro dos Estados Federados da Micronésia, com o propósito de servir os interesses mútuos de segurança de ambas as nações", informou o governo micronésio.
O comunicado do governo micronésio não revelou detalhes sobre onde a base seria localizada ou de que tipo de instalação se trataria.
Panuelo afirmou que, embora o pequeno país, de 58.000 habitantes, mantenha relações diplomáticas com a China, ele não acredita que a nova base dos EUA vá prejudicar as relações entre os dois países.
"O país faz parte do Tratado de Livre Associação, sendo assim, seremos protegidos pelos EUA", afirmou Panuelo, referindo-se ao acordo alcançado, que permitirá que as tropas norte-americanas operem no território.
A posição estratégica da Micronésia e das ilhas vizinhas do Pacífico não passou despercebida da Defesa dos EUA.
Em setembro de 2019, um relatório realizado pela Rand Corporation mencionou o Tratado de Livre Associação como uma "super-rodovia percorrendo através do coração do Pacífico Norte até a Ásia".
Nos últimos anos, a China aumentou suas atividades no mar das Filipinas, incluindo exercícios com seus porta-aviões e aeronaves de longo alcance.
A região abrange o flanco leste de Taiwan e é necessário atravessá-la se alguém desejar evitar o trânsito disputado ao longo do estreito de Taiwan.
A China também testou na região seus novos mísseis de longo alcance, tais como o Dong Feng-26, que são capazes de alcançar Guam a partir da China.
Anteriormente, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, chamou a atenção para o fato de a China "querer controlar a região do Indo-Pacífico" como parte de sua missão de se tornar um "país proeminente" no planeta.