O vírus SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, sofre mutação quase uma vez por semana, uma taxa "ao menos cerca de 50% mais alta do que se pensava", o que significa que poderiam surgir novas variantes mais rapidamente do que o esperado, revela novo estudo realizado pelos cientistas das universidades britânicas de Bath e Edimburgo.
Os vírus sofrem mutação regularmente quando são cometidos erros ao copiar os genomas enquanto este é replicado.
Em geral, é comum pensar que as novas mutações possuem uma vantagem e, portanto, propagam-se, como no caso das variantes Alfa e Delta da COVID-19.
No entanto, a maioria das mutações são prejudiciais ao vírus e reduzem suas possibilidades de sobreviver, ou seja, é a seleção purificadora ou negativa.
Estas mutações não sobrevivem tempo suficiente no paciente para serem sequenciadas, portanto, não aparecem nos cálculos da taxa de mutação.
Estudo confirma que imunização com uma combinação de vacinas causa uma melhor imunogenicidade contra a COVID-19https://t.co/E8h8bT4kmN
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) August 8, 2021
Segundo os resultados, os cientistas destacam a necessidade de isolar as pessoas com sistemas imunológicos que apresentam dificuldades para fazer frente ao vírus.
O professor Laurence Hurst, do Centro Milner para Evolução da Universidade de Bath, explicou que as novas descobertas significam que, se um paciente apresentar COVID-19 por mais de algumas semanas, poderia conduzir a novas variantes como "resultado da evolução do vírus em uma pessoa que não pôde eliminar a infecção".
No entanto, a possibilidade de evolução do vírus em um paciente não pode ser tão alta, já que a maioria das pessoas o transmitem e eliminam antes da mutação.
Além disso, com a grande quantidade de genomas de SARS-CoV-2 sequenciados, a equipe pôde averiguar quantos e por qual motivo faltavam certas mutações, apesar de não poderem estudá-las completamente de maneira direta.