Astrônomos detectam 1ª explosão de supernova após colisão estelar

© Foto / Bill Saxton, Observatório Radioastronômico Nacional / Universidades Associadas / Fundação da Ciência Nacional, EUADetritos em movimento rápido de uma explosão de supernova desencadeada por uma colisão estelar com material previamente jogado para fora. Os choques causam emissão de rádio brilhante vista pelo complexo de radiotelescópios Very Large Array (VLA)
Detritos em movimento rápido de uma explosão de supernova desencadeada por uma colisão estelar com material previamente jogado para fora. Os choques causam emissão de rádio brilhante vista pelo complexo de radiotelescópios Very Large Array (VLA) - Sputnik Brasil, 1920, 03.09.2021
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Em 2017, cientistas souberam da existência de uma supernova, a 480 milhões de anos-luz de distância, que emitiu ondas de rádio brilhantes nunca antes vistas.
Astrônomos trabalhando no complexo de radiotelescópios Very Large Array (VLA) no Novo México, EUA, confirmaram a existência de um novo tipo de explosão de supernova causada pela colisão de duas estrelas, relata na quinta-feira (2) o portal EurekAlert.
Em 2017, os astrônomos descobriram um objeto, que chamaram de VT J121001+4959647, que emite ondas de rádio brilhantes nunca antes observadas. As propriedades do objeto se assemelhavam a um remanescente de supernova em expansão interagindo com a matéria circundante, provavelmente ejetada da estrela vários séculos antes de explodir.
Observações posteriores com o VLA e o telescópio do Observatório Keck no Havaí, EUA, determinaram que a emissão de rádio brilhante veio dos arredores de uma galáxia anã que formava estrelas a cerca de 480 milhões de anos-luz de distância e era consistente com as previsões de fusões criarem uma supernova. Mais tarde, os pesquisadores analisaram os dados de um instrumento a bordo da Estação Espacial Internacional e descobriram que a explosão de raios X ocorreu em 2014.
"Os teóricos previram que isso poderia acontecer, mas esta é a primeira vez que observamos tal evento", comentou Dillon Dong, estudante de doutorado no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), EUA, citado em comunicado da instituição.
O VLA é um complexo de 27 radiotelescópios que opera como um conjunto de radiotelescópios no sul do Novo México, EUA, com uma capacidade de resolução total equivalente a uma antena de 36 km de diâmetro, devido ao amplo espaçamento de suas antenas. Isso torna o VLA capaz de detectar objetos que não podem ser vistos por outros telescópios, incluindo o novo tipo de supernovas detectado pelos autores do estudo, publicado na revista Science, e apenas teorizado previamente.
O fenômeno das supernovas convencionais com colapso de seu núcleo ocorre quando uma estrela maciça esgota seu próprio combustível e não pode mais resistir a sua própria gravidade, o que causa uma explosão de supernova, deixando em seu lugar uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.
A maioria das estrelas maciças nasce em sistemas binários estreitos, onde as estrelas que se encontram em órbitas próximas podem potencialmente entrar em espiral até se fundirem e também deixar um buraco negro ou uma estrela de nêutrons superdensa. De acordo com a teoria sugerida, este tipo de fusão poderia causar uma explosão semelhante à de uma supernova com o colapso do núcleo, mas esses eventos nunca foram observados até agora.
No caso, a órbita deste buraco negro ou estrela de nêutrons aproximou-se de seu companheiro até entrar em sua atmosfera. Em resultado da interação foi ejetado gás, que formou um anel em expansão ao redor do par de estrelas. O colapso do núcleo da segunda estrela, após a explosão anterior de sua companheira, fez com que ela também explodisse como uma supernova.
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