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Ex-assessor de Flávio diz que entregava 80% do salário em dinheiro para ex-mulher de Bolsonaro

© Foto / Agência Senado / Edilson RodriguesSenador Flávio Bolsonaro durante sessão da CPI da Covid no Senado, 14 de julho de 2021
Senador Flávio Bolsonaro durante sessão da CPI da Covid no Senado, 14 de julho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 03.09.2021
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Além de 80% de seu salário, ex-assessor tinha que entregar porcentagem semelhante de outros montantes, como 13º salário e férias. Segundo o mesmo, a prática era "condição para a manutenção do emprego".
Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), contou em entrevista para o UOL que quando trabalhou no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), era obrigado a entregar 80% do seu salário.
Além do salário, o ex-funcionário entregava porcentagem semelhante do 13º salário, das férias, do que recebia como vale-alimentação e ainda da restituição do Imposto de Renda, segundo a mídia.
Santos foi assessor do senador, que na época era deputado estadual do Rio, no período entre 1º de fevereiro de 2003 até 6 de agosto de 2007.
O valor seria entregue em dinheiro vivo nas mãos da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle, que naquela época chefiava o gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). De acordo com o ex-assessor, ele tinha que entregar o montante todos os meses ao longo de mais de quatro anos.
"Tudo foi negociado com ela [Ana Cristina]. Das pessoas que não trabalhavam, que eram só laranjas, ela ficava com praticamente tudo. Só dava uma mixaria para usar a conta e o nome da pessoa", disse Santos, afirmando que a ex-mulher do presidente o orientou a não falar nada para Bolsonaro, segundo a mídia.
Entretanto, Santos afirmou que não era funcionário fantasma e prestava serviços. "Atendia eleitor, fazia serviço de correspondência: etiquetar, colocar selo, todo aquele trabalho que eles fazem", declarou.
De acordo com a mídia, na quebra de sigilo bancário autorizada no âmbito das investigações de Flávio Bolsonaro, é possível ver os saques mensais feitos por Santos ao longo de 2007. O ex-funcionário diz que devolveu, ao todo, cerca de R$ 340 mil, e que a prática era condição para a manutenção do emprego.
A relação com o clã Bolsonaro também inclui uma proximidade com Jair Renan Bolsonaro, filho de Ana Cristina com o chefe do Executivo.
O ex-assessor contou que o próprio presidente pediu a ele, após a separação do casal, que fosse morar com a ex-esposa para ser "babá" de Jair Renan, que então era uma criança.
​Carlos Bolsonaro teria empregado 17 pessoas, que tinham laços familiares com outros funcionários, em seu gabinete na Câmara do Rio, desde 2001.
Dentro dos principais cargos oferecidos a familiares está a nomeação de Ana Cristina Valle, como assessora-chefe de seu gabinete, o principal cargo exercido no local. No gabinete, Valle trabalhou até se separar do presidente, em 2008, conforme noticiado.
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